sexta-feira, novembro 13, 2009

grey skies over my head

Hoje, não sei se derivado do final do curso se aproximar a passos largos, se da altura do mês (por me estar a aparecer a menstruação à porta), estive o dia todo, mas mesmo tooodddooooo a sentir um vazio no peito e uma tristeza que geralmente se instala sempre por esta altura do ano e com o aproximar do Natal.
Tive de passar o dia todo em Lisboa, de manhã curso, à tarde, mais curso. Tudo porque faltei na terça-feira (por ter a Madalena doente) e hoje tive de compensar, caso contrário, chumbo. Ali é assim, não há cá faltas para ninguém.
Dada a proximidade geográfica da escola ao El Corte Inglés, tive a infeliz ideia de ir para lá passear - e tentar almoçar - entre o final do curso da manhã e o começo do da tarde. Não sou grande fã do El Corte, confesso. Além de caríssimo, acho-o elitista e basta uma pequena incursão por lá para constatarmos isso. Mas hoje, hoje ao passear por ali, só me apetecia chorar. Olhava a secção da cosmética e perfumaria e lembráva-me de quando era editora e ia às apresentações das marcas de beleza e recebia toneladas (sim, toneladas) de presentes diários... à redacção chegavam todo o tipo de coisas: os lançamentos dos últimos perfumes, as maquilhagens da estação, os convites mais inesperados. Para além de adorar o que fazia, tinha ainda esta mais valia, o de ser mimada até à exaustão e hoje, que estou no lado oposto, no fundo, mas no fundo do poço, em que nem uma perspectiva ou hipotética perspectiva de trabalho tenho a acenar-me ao longe... bom, só me apetecia chorar.
Não é um chorar tipo menina mimada: 'Ai eu tinha tantos presentes e agora não tenho'. Não, nada disso. É um 'chorar' porque hoje, olho para trás e lembro-me de como controlava um projecto que era quase todo meu, onde eu me sentia activa e integrada numa empresa onde, apesar de as coisas não serem um mar de rosas, eu até gostava do que fazia. É o sentir saudades de todos os dias ter aquela rotina estúpida de que tantas vezes me queixei. Do ter de me levantar cedo, de sair do quente da cama, de enfrentar o frio e o trânsito se assim tiver de ser, o de ouvir baboseiras e coisas estúpidas de pessoas não menos parvas todo o santo dia.
Sim, até disso tenho saudades.
Porque quando se está há mais de um ano em casa, os primeiros meses são muito bons, mas depois, depois começa a instalar-se um vazio que não nos larga. E eu, apesar de ser um bocadinho para o pessimista, acho que até tenho encarado tudo muito bem, não me tenho ido abaixo, sempre a mentalizar-me de que 'as coisas acontecem quando têm de acontecer' e outras frases feitas que me servem de consolo.
Mas no fundo, no fundo, hoje, senti que nada disso é verdade. Senti-me e sinto-me abandonada. Sem sorte. Azarada.
Assim como o dia. Triste e cinzenta.

3 comentários:

Seni disse...

:( Nada que te possa dizer vai preencher esse vazio. Mas não deixes de acreditar em ti e nos dias de sol que por ai vêm.. acredita, sempre!!
Big kiss ;)

Maggie disse...

Por acaso acho que esse trabalho deve ser espectacular. Eu vejo a Ugly Betty (cuja história se passa numa grande revista de moda, embora tudo muito exagerado, claro) e penso que deve ter aspectos muito giros. Mas enfim, esta situaçao do emprego é muito grave... Eu tb continuo sem trabalhar em Psicologia. Estou integrada numa clínica mas ainda só tive um paciente e estou a trabalhar a tempo inteiro mas é numa coisa que n tem nada a ver com psicologia e em que n ganho o q mereço. Enfim. Há aí uma boa possibilidade no horizonte em psicologia e estou com esperança, mas só acredito vendo. N percas a esperança tb. *

Maffa disse...

copenhaga copenhaga copenhaga

http://balexandre.wordpress.com/quero-ir-para-a-dinamarca-viver/

aqui vai o site de um rapaz q conheco que dá montes de dicas de como descobrir trabalho para estas zonas.

Boa sorte para Portugal ou copenhaga eu quero é ver-te a sorrir e com um trabalho que te realize.
Beijinhos