segunda-feira, julho 30, 2012

ah e tal é segunda-feira

Dia de neura por si só, certo?
Mas hoje estava capaz de cuspir fogo, depois de uma noite mal dormida onde a senhora minha filha decidiu andar a chamar-me de hora a hora, qual bebé de poucos meses. Ora porque tinha sede, ora porque tinha batido com o braço na cama, ora porque não tinha sono, ora por isto, ora por aquilo. E eu sempre a ouvi-la e a ver se a coisa lhe passava, mas nada. Isto durou da meia noite às 4h30 da manhã, altura em que me passei de vez, me levantei novamente da cama e lhe dei um valente raspanete. O responso resultou, ela lá choramingou e voltou a adormecer, nunca mais me chamou novamente até ser de manhã, mas eu? Eu com a descarga de adrenalina, acordei! Fiquei mais de 2 horas sem ponta de sono. De manhã, claro que estava sonolenta e sem vontadinha nenhuma de sair da cama. A custo lá me enfiei na banheira mas e água quente? Nada! Caldeira desligada e a dar erro. Lá voltei a praguejar e a enfiar o robe à pressa para ir reinicar a dita cuja e despachar-me a horas. Olho para o espelho e a borbulha monstra com que acordei ontem ainda lá está, enorme e a latejar... nem com carradas de corrector e de base a consigo disfarçar, para além de ter mais duas que me doem, no pescoço. Se ontem não me importei porque era Domingo e pensei que entretanto passavam, hoje já me chateia vir para o escritório com a cara assim. Resigno-me e encolho os ombros em modo "que se lixe". Olho para o relógio, estou atrasada, para variar. Ainda me falta cortar as unhas à miúda que ontem esqueci-me e que entretanto estão a parecer umas pequenas garras (e eu detesto ver crianças com as unhas compridas e sujas). Ela está hipnotizada a ver o Ruca e quando lhe digo para vir ter comigo à casa de banho para lhe cortar as unhas faz finca pé. Quando a chamo novamente e a forço, já stressada e a panicar com as horas, ela decide ir buscar a colecção de livros e contos que a minha mãe lhe deu recentemente e quer levá-los a todos para a escola, não tendo sequer mãos para os agarrar. Desata num pranto quando lhe digo que não, que só leva 1 ou 2, no máximo. Vai a choramingar o caminho todo até ao carro, enquanto desce as escadas do prédio, enquanto eu a sento na cadeira e enquanto arranco, muito aborrecida comigo, como se eu fosse a mãe cruela. A meio caminho da escola, decido pôr a tocar o seu último "hit" favorito, ela acalma, esquece-se da birra e dos cabrões dos livros, canta e fica bem disposta. Estaciono à entrada do colégio e quando penso que tudo voltou à normalidade ela diz: "agora já me podes dar o resto dos meus livros". Ah, rapariga de ideias fixas, chiça que é mesmo escorpiana! Explico-lhe novamente que não trouxemos os livros todos, que só trouxemos aqueles dois que ela tem na mão e por momentos, aquele pequeno paraíso de tranquilidade já instalado, volta a destabilizar. Não há wegue-wegue que me valha. Abre as goelas como se fosse uma infeliz, pelo colégio fora, enquanto carrega os seus dois "miseráveis" livros e um saco de bolos que a avó fez e que ela quis levar para os colegas. Quando chega à sala acalma perante o facto de os amiguinhos e a educadora a virem receber à entrada, muito contentes por a verem, afinal, esteve quase 2 semanas ausente. Comentam os seus sapatos de bailarina cheios de brilhantes e ela fica envergonhada, de repente, dá uma corrida em direcção à sua melhor amiga, a Maria Inês, felicíssima da vida, envolvendo-a num grande abraço.
Os livros? Pois, nunca mais quis saber deles.


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