sexta-feira, agosto 17, 2007

injustiça


















Nestes últimos dias tenho-me deparado com situações e notícias difíceis. Digamos que as coisas não andam bem e eu pareço um íman ambulante que só atraí desgraças. Talvez por isso, não tenha actualizado este blogue, porque me senti de tal forma lesada pelos acontecimentos que nem conseguia falar sobre eles.
Na quinta-feira passada estava eu sossegada no meu canto a trabalhar quando uma ex colega da revista onde trabalhei anteriormente, mete conversa comigo no messenger. Não estranhei. Nós costumamos falar regularmente e como eu estive de férias achei natural ela meter conversa comigo e querer saber novidades. Mas a conversa sobre as férias limitou-se a um 'então essas férias', para logo de seguida perguntar: 'enviaste um CV para aqui?'. A questão deixou-me logo desconfiada. A verdade é que tinha estado durante a tarde que antecedeu o feriado do 15 de Agosto a enviar Cv´s por email para uma série de pessoas, inclusive para algumas editoras e directoras do grupo onde já trabalhei. Logo, o facto de ela em questão saber que eu tinha enviado um CV, quando apenas tinha passado dois dias sobre o assunto, não podia agourar nada de bom. Mostrei-me surpreendida e atirei com um: 'bem, as notícias correm depressa!', ao que ela disse: 'Pois é amiga, nem imaginas o que aconteceu!'. Foi quando li estas palavras que pressenti que o que aí vinha não podia ser, definitivamente, abonatório a meu favor!
Foi então que fiquei a saber que ela ouviu uma conversa da minha ex directora com outra pessoa, que ao que parece tinha recebido o meu currículo e o deve ter achado pertinente para uma futura contratação. Como viu no currículo que eu tinha trabalhado lá, a primeira reacção foi ir falar com a minha ex directora a pedir referências minhas e foi aqui que as coisas foram completamente por água abaixo. Segundo a minha ex colega, a minha ex directora foi 'implacável' na descrição que fez de mim. As palavras utilizadas para descrever a situação foram 'muito mau' e 'horrível', por isso imaginem o que não deve ter sido dito! Segundo a própria, que ouviu toda a conversa, a caracterização que fez do meu trabalho e até do meu currículo não podia ter sido pior, chegando mesmo a pôr em causa perante a outra pessoa, de que tudo aquilo que menciono no meu CV fosse verdade!
Saber isto, quando já saí daquela revista há mais de um ano, arrasou-me naquela tarde. Senti uma tristeza profunda, como um aperto forte no peito. Porque, pergunto-me eu, qual é o intuíto de prejudicar uma pessoa desta forma? O meu trabalho foi assim tão mau? É que na altura nada fazia prever isso! Aliás, se bem me lembro, dois meses antes de me demitir as suas palavras foram: 'estamos muito satisfeitas com o teu trabalho'. Então, o que faz alguém mudar assim? Ou, que mal lhe fiz eu para despoletar tanta raiva a meu respeito?
O que mais me revolta nem é a opinião dela a meu respeito, é a forma como paralelamente me prejudicou com aquelas palavras. Porque desta forma e perante uma descrição totalmente hedionda a meu respeito, jamais terei possibilidades de vir a trabalhar naquele grupo editorial, que é apenas, um dos maiores do país. Porque se eu quisesse voltar a trabalhar com ela, tinha de facto, enviado um CV para ela. Mas não. Eu enviei Cv´s para outras pessoas e como tal, acho de muita má fé e de muito baixo nível, alguém tentar manchar o meu nome, o meu percurso profissional e todo o trabalho que fiz durante o tempo que lá estive, desta forma. Como se eu tivesse sido uma nódoa, um erro de casting, ou tivesse denegrido e prejudicado a revista. Como se fosse uma persona non grata.
Confesso que me senti um traste naquele momento, à medida que a minha ex colega me contava tudo isto e o quanto se tinha sentido mal por ouvir toda a conversa. Disse-me que achou melhor dizer-me, para eu saber na realidade, com aquilo que posso contar. Mas a verdade é que não sei se preferia ter sabido. Contive as lágrimas o dia todo para à noite chegar a casa e desabar por completo. Senti-me completamente desprovida de valor. Humilhada.
Às vezes, basta uma crítica para deitar todo o nosso trabalho e percurso por terra. Neste momento é como me sinto.
Mas também sinto, que um dia, hei-de mostrar àquela pessoa em questão, que afinal quem se enganou a meu respeito foi ela.

1 comentário:

Gatinha disse...

É triste saber dessas coisas. Mas será que essa tua ex-colega estava a dizer-te a verdade, será que não inventou alguma coisa!? Bjocas