quarta-feira, julho 09, 2014

it's a little bit funny

 
"...this feeling inside"... é assim a letra da música "Your song" do Elton John e é mais ou menos como me sinto quando olho para ela, tão grande e tão crescida na sua festa da escola, a receber o seu diploma de 'finalista' (acho ridículo ser-se finalista do que quer que seja com 5 anos de idade, mas adiante que isso dava outro post) e verificar que a partir de Setembro já vai para o primeiro ano.
5 anos que passaram, 5 anos que mudaram a minha vida - as nossas vidas - onde depois da felicidade de ter a filha que sempre quis ter, vieram também anos difíceis e períodos conturbados, com uma separação pelo meio, uma mudança de casa, de cidade, de emprego. 5 duros anos onde ela é o meu principal motor, a maior bênção, o fio condutor. É lamechas e batido tudo isto que acabo de escrever, bem sei, mas é a mais pura das verdades. Não é fácil abdicar dela semana sim semana não, ver-me privada da sua companhia e sentir-me um pouco mãe em part-time, mas é a vida e temos de aprender a vivê-la da melhor maneira possível com aquilo que conseguimos.
Ela sabe e aceitou. Não cobra nada por isso. É uma menina conciliadora que quer, acima de tudo, amor, beijos e mimo. (E não queremos todos?) Nunca toma partido por um, recorrendo à diplomacia que lhe é inerente nos momentos mais difíceis. Aprendeu a dividir o coração e a colocar as saudades numa espécie de "pause" que lhe permite lidar com as emoções da forma que lhe traga menos sofrimento. Criou um escudo protector como forma de defesa mas não é por isso que sente menos. Tão pequena e tão adulta nesse aspecto.
Olho para ela e sinto um orgulho imenso. É minha. A minha filha. Eu, que sempre quis ser mãe. Que desejei tanto esse momento. Ela existe e é real, é minha. Olho para ela e revejo-me. Sei o que pensa e como pensa. É um reflexo com vida própria e gostos e personalidade e sentir. É o meu coração a bater fora do peito.
Tenho um medo imenso que um dia mais tarde se revolte, que não aceite certos motivos ou decisões que tomei, que sofra e que isso influencie a sua vida de forma errada. Se esse momento chegar, espero conseguir fazer-lhe entender que na vida temos de ser, acima de tudo, fiéis a nós próprios e que o tempo se encarrega de amenizar as situações mais difíceis, mesmo que na altura não vejamos a solução.
 
 

2 comentários:

Maria disse...

Tão bonito, tão sentido o que escreves sempre! Emocionei-me mais uma vez ao ler-te, porque partilhamos o mesmo tipo de pensamento/sentimento. Tantas vezes que olho para a minha (que é mais velha, tem sete, mas mais pequenina que a tua de tamanho), e fico a pensar como é que ela me aconteceu na vida? Quando penso que ela já esteve dentro de mim, que se transformou de um sonho para a realidade, quando vejo que já sabe pensar, que sabe o que quer, que tem os seus amigos, os seus gostos, a sua personalidade vincada, dá-me um orgulho, uma felicidade, um sentimento de incredulidade que penso que ela é verdadeiramente o milagre da vida.
Beijinhos grandes

Maria disse...

Tão bonito, tão sentido o que escreves sempre! Emocionei-me mais uma vez ao ler-te, porque partilhamos o mesmo tipo de pensamento/sentimento. Tantas vezes que olho para a minha (que é mais velha, tem sete, mas mais pequenina que a tua de tamanho), e fico a pensar como é que ela me aconteceu na vida? Quando penso que ela já esteve dentro de mim, que se transformou de um sonho para a realidade, quando vejo que já sabe pensar, que sabe o que quer, que tem os seus amigos, os seus gostos, a sua personalidade vincada, dá-me um orgulho, uma felicidade, um sentimento de incredulidade que penso que ela é verdadeiramente o milagre da vida.
Beijinhos grandes