terça-feira, junho 28, 2016

o perigo espreita quando menos se espera

Ontem apanhei o susto da minha vida com o Afonso. 
Sabem as correntes de chucha com contas de madeira? Pois bem, tinha o hábito de deitar o Afonso sempre com a sua corrente de chucha agarrada à roupa. Era uma forma de ele ter sempre a chucha por perto e não a perder, já que facilmente a agarra e mete na boca e tira sempre que quer. O fio é curto, por isso sempre achei que ele não sufocava com a mesma a coisa estivesse controlada. O que eu nunca havia pensado era na possibilidade de o fio partir e de as pequenas contas de madeira ficarem todas espalhadas na cama, numa tentação apetitosa para pôr na boca. 
E foi isso que aconteceu.
Ontem, depois de várias tentativas frustradas para o deitar e para que o mesmo adormecesse, deixei-o no berço, sozinho, a choramingar, num misto de frustração e tentativa desesperada de que ele cedesse ao sono. Mas ele não cedia, andava ali num misto de resistência e choro que só parava sempre que íamos ao quarto e  estávamos lá com ele um bocadinho. À quarta ou quinta tentativa pensei que ia deixá-lo um bocadinho a choramingar para ver se a manha lhe passava. Mas tal nunca mais acontecia. Acabei por ir ao quarto e quando me aproximei do berço, ele estava sentado num pranto, com ar de quem não estava bem. Acendi a luz e vi o fio da chucha partido e as contas de madeira, umas pequeninas em forma de bolinha e outras maiores com motivos diversos, todas espalhadas pela cama. 
Fiquei em pânico. Chamei o pai e o meu primeiro pensamento foi que ele tinha engolido uma das contas e estava a sufocar. Imediatamente o pai pegou nele, virou-o de cabeça para baixo, deu-lhe umas palmadas nas costas e ele começou a vomitar. 
Vomitou toda a sopa e jantar, sem sinal de contas, pelo que deduzimos que não tinha engolido nenhuma, mas fiquei sem pinga de sangue no corpo. Nunca tinha pensado que ele partisse o fio e que todas aquelas pequenas contas de madeira fossem um verdadeiro perigo.

Se não tivesse ido ao quarto naquele momento, convencida que estava de que aquele choro fosse manha dele para não ir para a cama, o mais certo seria ele agarrar em alguma - fosse naquele momento ou durante a noite - e engoli-la. 
A do Afonso era igual a esta que vêem na imagem, da Pasito a Pasito. Era linda, mas agora acabou-se, dormir com corrente de chucha com contas de madeira, nunca mais. Fios de chucha só em pano e mesmo assim, na hora de dormir, não sei se continuarei a colocá-las presas na roupa. 
Fica o alerta! 

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu por acaso só ponho a corrente ao meu quando vai à rua para a chucha não se perder, a minha é de pano. Isto pitque tinha a paranoia que ele podia sofucar.... Afinal pode não ser tão paranoia....que sufoco....