sexta-feira, agosto 18, 2006

Teese... me




















Quando se fixa os olhos nela somos arrebatados, por breves momentos, pela sua tez. A sua brancura imaculada, quase cândida, de porcelana, esconde um atrevimento que mexe com a líbido de qualquer um. Por detrás daquela aparente doçura, esconde-se o fetiche, o calafrio da provocação. É a arte do desejo em todo o seu esplendor. Dita Von Teese, para quem ainda não conhece, não é uma simples bailarina de cabaré, nem tão somente a mulher do excêntrico Marilyn Manson. Esta sedutora com ar de 'pin-up' dos anos 40, glamorosa e aparentemente naïve, é uma verdadeira artista, que conhece a arte da performance e do entretenimento como ninguém. Os seus espectáculos roçam o erótico requintado, oferecendo um verdadeiro deleite visual ao qual ninguém fica indiferente - nem mesmo os mais conservadores (believe me).
Cedo, esta rapariguinha natural do Michigan, soube que a sua ambição transladáva as fronteiras da cidade onde nasceu. Com uma formação clássica - devido aos longos anos dedicados ao ballet - e o gosto pelas grandes divas do cinema, como Rita Hayword ou Hedy Lamarr - que a fascinavam com as suas cinturinhas de vespa, as suas estolas de pele e saias de lápis - Dita, rapidamente percebeu que também podia ser uma delas fazendo daquilo que dominava melhor - a dança - o ponto de partida para um novo mundo. Juntou-lhe a sedução e a sexualidade disfarçada de sensualidade e temos o renascimento da diva dos anos 90, a musa do novo milénio.
O seu novo espectáculo, 'A arte do Burlesco' é inspirado no gosto pessoal por esta arte. Nele, encontra-se a qualidade dos trajes, coreografias, visuais e feminilidade a que Dita já nos habituou.
Mas, que significa 'burlesco' em português corrente? Uma visita mais atenta ao dicionário e encontraremos definições como, 'grosseiro', 'ridículo', ou 'caricato'. O burlesco de Dita, é tudo menos isso. Fetichista assumida, a rainha do expressionismo actual, não faz as coisas ao acaso. Os seus espectáculos representam longos investimentos pessoais, como possuir vestidos quase equiparados a alta costura, delicadamente cosidos com cristais Swarozvski à mão, ou a total recusa de exposição à luz solar - preferindo tomar banhos de piscina à noite - para assim nos presentear com a sua alvura de estátua de mármore, quando na realidade ela é naturalmente loura e com sardas. Neles desvenda-se o equívoco, de que afinal, o burlesco é bom e que a rapariga não é uma simples striper, é mesmo artista. Numa altura em que o que é 'retro' nunca esteve tanto na moda, Dita faz da sua paixão e gosto pessoal pelo assunto, mais do que uma recorrência, mas uma verdadeira filosofia.
Eu fiquei completamente rendida.

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