sexta-feira, outubro 12, 2012

isto é que vai cá uma crise

Ontem, andava eu a calcorrear a Avenida da Liberdade, de trás para a frente e de frente para trás, quando decidi ir à Mango massacrar-me. Sim, porque só mesmo uma masoquista como eu para se ir enfiar numa loja onde existem mil e uma coisas que ela adora e as quais não pode comprar...
E para a dor ser ainda maior - entre muitas coisas que vi e pelas quais babei - estava isto:


Estas saias compridas e plissadas, com fechos laterais MA-RA-VI-LHO-SAS. Caras como tudo, mas giras, giras, giras. Também me babei com os botins, os acessórios, umas sweatshirts com tachas, alguns vestidos e esta camisola de lã com aspecto super quentinho e confortável:
E pronto, vim de lá deprimida, como se quer, porque gosto de sofrer. Estive o dia todo com uma grande neura e à noite fui para casa fazer um bolo de chocolate, porque já o mês vai a meio e ordenado que é bom, nem vê-lo.
Fome emocional sucks.

quinta-feira, outubro 11, 2012

Fome emocional


Sim, sim, hoje é mais ou menos isto.

quarta-feira, outubro 10, 2012

Pequenos desabafos#16

Morar perto do trabalho tem as suas vantagens. Quando não se traz almoço na marmita, (como aconteceu hoje) e se estivermos em contenção extrema (como eu geralmente estou, agora mais do que nunca, o tempo todo), podemos sempre dar um saltinho a casa e poupar uns trocos. O único senão é que geralmente acabo a fazer mil e uma outras coisas que tenho pendentes, numa tentativa desenfreada de poupar tempo e trabalho para mais tarde. E hoje assim foi, em hora e meia adiantei o jantar da noite, arranjei peixe e salguei-o, fiz a base da sopa para mais logo, deixei a base do refogado para o arroz adiantada com a cebola e os alhos picados, fiz uma gelatina, apanhei a roupa do estendal, dobrei e arrumei, lavei loiça e fiz a cama do quarto da M.
Claro que com isto tudo mal tive tempo para comer e petisquei algumas coisas rápidas como fruta e um iogurte, lavei os dentes a correr e quando me preparava para sair, com a mala numa mão e o saco do lixo na outra, é que me lembrei de que só uma mulher tem esta extraordinária capacidade de trabalho.  Homem nenhum, por muito proactivo que seja, empreendedor ou organizado, na sua hora de almoço decide que o melhor é ir a casa adiantar as coisas para o jantar, ou apanhar a roupa que tem na corda, enquanto faz mil e uma tarefas, todas coordenadas em uníssono, numa sinfonia quase perfeita, esquecendo-se quase de si mesmo. E se há característica de louvar em mim, é esta capacidade e esta energia que por vezes me aflige e me faz ser uma espécie de furacão que leva tudo à frente. Nem sempre é bom - porque depois as pessoas habituam-se a ver-nos como a super mulher auto-suficiente que de nada precisa -, mas hoje foi. E ainda poupei 6 euros.
 
 
 

memories

Esta semana coincidiu com a data em que eu, many, many time ago, me casei. Por outras palavras, se continuasse casada, esta semana tinha celebrado mais um aniversário de casamento. Outubro, Outono, muitas datas importantes a bater na memória, ou não fizessem elas parte de quem eu sou. Lembro-me sempre, independentemente do desfecho ou da situação actual. Foi (e é) uma vivência importante, que me trouxe até aqui, quem sou e onde me encontro. E, acima de tudo, porque foi um dia grandioso, cheio de sol, pincelado com tonalidades de amarelo torrado e bordeaux que invadiam a paisagem de vinhedos que eu tanto amo.
Não cresci a pensar no dia do meu casamento, nem nunca imaginei como seria o meu vestido, se me casaria pela igreja ou se faria uma pequena cerimónia mais intíma. Só quando a situação efectivamente aconteceu e se proporcionou, é que comecei a pensar no assunto e tudo foi como devia de ser, como na altura achava que fazia sentido.
A semana passada dei de caras -  enquanto remexia numa gaveta - com o vídeo do casamento e lembrei-me que ele estava ali, escondido no fundo, com um propósito: que a M. não o visse e me pedisse para o pôr no leitor de dvd.
Ela, que nunca viu uma fotografia do casamento do pai e da mãe, pelo menos que se lembre, iria delirar só com a capa, com a mãe vestida de "princesa". E eu posso estar (e estou) preparada para lidar com todas as memórias que esse dia me proporcionou, assim como com tudo o que se passou depois, mas não para as visualizar. Prefiro tê-las guardadas do que ser confrontadas com elas. Porque dar de caras com memórias, principalmente de pessoas que fazem parte do nosso passado mas que foram importantes numa dada altura da nossa vida, tem sempre o seu "quê" de agridoce que eu não consigo ultrapassar. Por isso prefiro guardá-las longe da vista, longe do coração, para não ser esmagada por elas.
Porque é-me impossível não olhar as fotos daquele dia e pensar: "caramba, estão lindas", sem vergonhas nem falsas modéstias. Porque é verdade.
 
 

terça-feira, outubro 09, 2012

Pequenos desabafos #15


Ir a uma festa, jantar ou qualquer ocasião social onde não conhecemos praticamente ninguém tem sempre o seu quê de incómodo.
Ir a uma festa, jantar ou qualquer ocasião social onde só conhecemos uma pessoa é ainda pior, ficamos dependentes para tudo e aquela sensação de desconforto está  sempre lá, quer queiramos, quer não. Não fazemos parte do mesmo grupo de amizades, não temos histórias em comum, nem episódios passados para partilhar ou reviver, a conversa centra-se em factos banais e dependemos do nosso interlocutor e da simpatia e boa vontade dos outros para nos integrarem socialmente.Se isso não acontecer, convém ter estômago forte para aguentar o barco e ver as horas a parecerem uma eternidade.
Ir a uma festa, jantar ou qualquer ocasião social onde a maior parte se conhece e existem ex-namoradas e/ou amigas de adolescência que desconheciam a nossa existência e não se coíbem de, quando em vez, espetar algumas faquinhas ao mais puro estilo bitchy, sempre disfarçadas com muita (suposta) simpatia, é ouro sobre azul. É um verdadeiro exercício de auto controle!
Valeu-me a grávida que se sentou ao pé de mim. A temática "filhos" é sempre um inesgotável tema de assunto ao contrário da meteorologia. Isso e a sangria.
 

Fim-de-semana prolongado? Foi bom, mas acabou-se!

Um dia inteiro sem servidor, rede e internet no trabalho e ficamos todos à toa, sem saber o que fazer, completamente dependentes de uma máquina. Sem servidor não há acesso à rede, sem acesso à rede não se trabalha nem se consegue chegar a documentos necessários, sem email não se fala com os clientes nem sabemos se nos cai algum pedido urgente. Enfim, completamente encalacrados, de mãos atadas, a olhar para um monitor que não nos serve para (quase) nada. Ainda não era meio dia e eu já tinha despachado tudo o que podia despachar, numa segunda-feira de manhã, sem ser necessário recorrer a nenhuma destas 3 coisas (net; rede e servidor). Ainda tive esperança que à tarde as coisas estivessem resolvidas mas ao longo do dia foi sendo cada vez pior. Li todas as revistas que havia no estaminé e fiz todas as propostas em powerpoint e documentos de word que me eram possíveis e pronto, esgotei as minhas possibilidades. Em vez de mandarem as pessoas para casa - já que aqui não estávamos a fazer nada - lá nos aguentámos estoicamente até às 19h00.
Valeu-me a minha querida filha que regressou ontem para os meus braços e que, ao contrário da semana passada, repetiu exaustivamente um "tinha saudades tuas", ou "estou feliz por estar aqui contigo", como que a redimir-se.
Hoje, a saga continua, mas pelo menos já temos internet - factor que me permite estar aqui a escrever, caso contrário, continuava no degredo - ou espreitar o facebook. Menos mal. Ainda assim, pouco se pode fazer ou adiantar de trabalho "concreto". Estou acordada desde as 4h48 da manhã, altura em que a M. pediu água e me levantei. Nunca mais preguei olho desde então e odeio quando isto me acontece, o que é quase sempre. A partir do momento em que o meu cérebro é acordado, pronto, começa a trabalhar a mil à hora e deixa automaticamente o modo "off" em que se encontrava. Sejam duas ou sete da manhã, esteja eu acordada apenas 3 ou 20 minutos, não há sono que me valha... E hoje, como tinha de sair de casa mais cedo, já não consegui adormecer.
Ainda não eram 9h00 e já tinha deixado a baby girl na creche e rumado a Carnaxide. Chuva, trânsito, e ainda mais umas quantas voltas necessárias antes de regressar ao escritório e parece que já calcorrei meia Lisboa e o dia vai a meio, quando ainda nem é hora do almoço.
Suspeito que à noite estarei bastannnnteeeeee cansada, mas ainda assim, queria ver se fazia um bolinho. :-P
(ando "possuída" com esta história do aniversário da M. e a minha vontade em lançar-me na experimentação de "fondant" e pasta de açúcar...)
 
E assim começa a semana.

quinta-feira, outubro 04, 2012

e agora para algo completamente diferente...

 
Um avião "Kittizado" para todas as fãs da gata. Eu, sinceramente, não morro de amores, mas compreendo o fascínio que uma criança possa ter pelo boneco e o inúmero merchandising que existe em torno da bicha. Tanto cor-de-rosa e bonequinhos com lacinhos hipnotiza qualquer um cuja idade física  e mental seja inferior a 10, no máximo 12 anos. Sim, porque matulonas que já bebem e fumam e mães de família com malinhas, bandoletes, porta-moedas e camisolas da Kitty, é coisa para me deixar com os figados virados e isto... bom, isto ia ser "A" loucura para a minha filha que nunca andou de avião, mas por outro lado, não sei se gostaria que a primeira vez dela fosse uma espécie de animação nipónica surrealista. Ficam as imagens da Eva Air - que eu própria desconhecia e qúe decidi partilhar - porque só vendo para crer que algo assim existe. É de nos deixar a todos de olhos em bico! 

quarta-feira, outubro 03, 2012

A espuma dos dias


Ontem passei o dia todo numa inquietação. Não fui capaz de me concentrar o dia inteiro, andei ansiosa e nervosa com algo que acabou por não acontecer. O facto de não ter acontecido, não significa que não se concretize. Vai acontecer. A questão aqui é constatar se os cenários que invadem o meu pensamento serão os reais, ou se tenho apenas uma imaginação  muito fértil e o hábito de sofrer por antecipação. O facto de não ter acontecido para mim até funcionou como um alívio, o assunto ficará em banho maria perto de uma semana e eu finjo que ele nem existe por mais uns tempos. Agora adoptei esta estratégia. É como se fechasse os olhos e adoptasse a atitude da adolescente tonta: "Ah e tal, não sei, não quero saber, nem quero pensar nisso, depois logo se vê". É ridículo, eu sei, mas é uma defesa e um conforto e eu dou-me bem com ele. 
Tenho pensado muito na minha vida e no rumo que a mesma tem tomado, assim como na minha atitude perante os outros e na forma como me dou. Sinto-me mudada, mas para pior e não gosto. Tenho perfeita noção de que as circunstâncias dos últimos dois anos me tornaram uma pessoa mais dura e amargurada. Isolei-me dos outros, estou muito mais fechada, zangada com a vida. Eu sei que de nada adianta ter este tipo de atitude e que só me cabe a mim sair dela, pois ninguém o fará por mim, mas nem consigo explicar, é como se não conseguisse. É como se achasse que já nada vale muito a pena, pois tudo aquilo em que acreditei e lutei, falhou. Inevitávelmente acabo por me sentir uma falhada em várias áreas, como se fosse uma sucessão de desilusões para tudo o que me rodeia. Sinto que perdi a força que me caracterizava e que me fazia acreditar em tudo aquilo que tinha para dar. Com o avançar da idade vai-se dando espaço ao conformismo, à resignação e à desilusão e eu sinto que ganhei tudo isso de uma acentada só. Não me sinto boa profissional, nem boa mãe, nem boa filha, nem boa amiga. É como se acreditasse que já nem tenho muito direito a ser feliz porque já excedi a quota de felicidade que me era permitida, ou que todas as agruras e contrariedade que me acontecem, de alguma forma, as mereço.
Talvez eu devesse encarar tudo com mais leveza, sem me preocupar muito com as coisas e simplesmente aceitar aquilo que a vida me dá, mas não consigo. A minha natureza não é simples, embora saiba apreciar os prazeres simples da vida mas, como já dizia Miguel Torga, "nasci subversivo, a começar por mim, meu principal motivo de insatisfação".
Nesta altura do ano, em que o Outono traz consigo a melancolia própria da estação e em que eu celebro mais um aniversário, entro também no período de análise de vida. Ontem dei por mim a pensar que os últimos dois anos foram os mais difíceis de toda a minha vida e que, inevitavelmente, me mudaram muito, deixando marcas profundas para o futuro. Tiveram sequelas na minha filha, na minha família, em mim e nos que me rodeiam. Prestes a fazer 34 anos tenho um pai que mal me fala e que continua a não aceitar que me separei, como se eu fosse uma desilusão ou uma espécie de criminosa que já nem é digna de qualquer confiança e que tem de ser castigada por isso, uma mãe que continua a tratar-me como se tivesse 15 anos e que em vez de me apoiar faz questão de me atormentar continuamente sobre aquilo que acha que eu devo fazer com a minha vida, uma filha que diz que prefere estar com o pai à mãe e que se recusa a falar comigo ao telefone dois dias seguidos, amigos que se transformaram em ausências e em perfeitos desconhecidos e uma instabilidade financeira e profissional como nunca tive na vida.  
Se tenho vontade de celebrar mais um ano? Não, nem por isso. Neste momento, só tenho vontade que o tempo passe, a correr, sem saber muito bem para onde vou nem o que me espera, mas que passe, como se fosse uma dormência.
E quando houver boas notícias, então aí sim, que me acordem, porque continuo a gostar de rir e de dar sonoras gargalhadas.
 

segunda-feira, outubro 01, 2012

countdown

De hoje a um mês a minha pequena cria faz 4 anos e eu confesso que já ando em modo "party", a imaginar o que poderei fazer para celebrar o aniversário dela.
Afinal, não é todos os dias que a nossa criança faz 4 aninhos e ela já anda a falar nisso há algum tempo, mais não seja por ser das poucas meninas da sala dela ainda com 3 anos quando a maior parte (ou quase todos) já têm 4.
Não quero gastar muito dinheiro, acho que vou optar por algo muito simples, a maior parte das coisas feitas por mim, mas gostava de lhe proporcionar um momento especial, com uma decoração temática que eu mesma poderei fazer e alguns enfeites e coisas engraçadas. É uma questão de preparar tudo com alguma antecedência, mesmo ainda não tendo ideia de por onde começar ou o que fazer.
A única coisa que me chateia é o dia do aniversário dela ter de ser dividido - já o ano passado o fizemos - e de não ter muito tempo para pôr as ideias em prática. Seja como for, não vou esmorecer e nos entretanto,s vou pesquisando e vendo no pinterest e na net ideias engraçadas  que possa pôr em prática.
Aqui ficam já algumas imagens que entretanto andei a pesquisar e que me deixaram com o "bichinho" cá dentro.

 

O bolo... estava inclinada a ser eu a fazê-lo, com chocolate e smarties, algo assim bastante simples e prático, mas depois de ver algumas ideias de coisas que ela adora, como a Minie, a Dora, as Princesas ou a Docinho de Morango, confesso que fiquei a pensar duas vezes... É que até posso ser muito prendada, mas fazer bolos em forma de Minie, Doras e afins ainda não cheguei lá! E se há altura para se ser pirosa e abusar da temática é agora, com 4 anos... E estes, bom, estes são uma perdição!

A decoração... bom, eu adoro decoração, é um facto e adorava fazer algo assim especial, bonitinho e cor de rosinha. Nem é preciso muito, basta-me tempo e eu até consigo dar conta do recado, a única questão que persiste é: Só para 2 ou 3 horas, valerá a pena? Não esquecer que no baptizado dela fui eu que tratei de tudo e, modéstia à parte, safei-me bem. Se tivesse uma decoração de Minie, por exemplo, podia sempre comprar umas orelhas e laçarotes vermelhos para todos os convidados, colocar balões brancos, pretos e vermelhos pela sala e pensar em mais uns quantos adereços temáticos engraçados. O mesmo se aplica com uma decoração "pink" - a cor dela -  e muito "girly", onde posso abusar das tiaras de princesas e afins. Mas mais uma vez pergunto-me como hei-de fazer, onde colocaria as coisas, se daria jantar às pessoas ou não, se seria do tipo "self-service" e como poderia convidar para a minha pequena sala de estar algumas pessoas sem parecer que estava a deitar abaixo o prédio. Uma das ideias também seria fazer a festa num parque da cidade, mas em Novembro o tempo já arrefece e bem, os dias são muito curtos e pode estar de chuva, pelo que convém ter sempre um plano alternativo e mais fiável.
Bom, a partir de hoje tenho cerca de 31 dias para pensar no assunto. Até lá, quem quiser dar sugestões ou ideias, é bem-vindo. Neste momento, aceito toda a ajuda do mundo!

sexta-feira, setembro 28, 2012

what goes around comes around

Hoje, estava eu a fazer o euromilhões na papelaria aqui da zona, perto do emprego, quando reparo quem está ao meu lado na caixa para pagar.
Era ela. A cabeleireira dos infernos!
Fingi que não a vi e ela fez a mesma coisa.
Quando já ia a sair é que me lembrei do seguinte: tinha a minha "linda" franja presa com um gancho... Sim, porque depois do que ela me fez ao cabelo, é nesta figurinha que ando quase todos os dias, à menina colegial com ganchinho lateral.
E se ela alguma vez teve dúvidas do quanto odiei o que me fez ao cabelo, bom, hoje teve a prova.

Para que serve uma relação?

Encontrado por essa blogosfera fora. Achei tão bonito e concordei com tudo que não resisti a partilhar.
Serve para ler e reler as vezes que forem necessárias, tantas, até não termos mais dúvidas.

quinta-feira, setembro 27, 2012

África Minha

 
Que eu adoro a Meryl Streep e a considero a minha actriz favorita não é novidade nenhuma...
Que eu me babo com o Robert Redford quando era novo, também não...
Posto isto, pergunto:
Como é que eu pude andar tantos anos - uma vida inteira para ser mais precisa - e nunca ter visto o África Minha, como? Shame on me.
É verdade que são 3 horas de filme e que tamanha maratona custa menos quando se está aninhada no sofá, o que foi o caso, mas caramba, é maravilhoso! E a paisagem? Um fôlego!
E por mais que saiba que a ideia romântica de África seja muito atractiva e diferente da realidade, não consegui suster as lágrimas no final. Entrou para o Top 10.


Custa muito ser crescido

As palavras da minha filha ontem feriram-me como punhais, foram como mil facadas espetadinhas no peito. Ainda hoje, sempre que me lembro do episódio, não consigo deixar de sentir uma grande mágoa e de ficar com os olhos mareados de lágrimas. Ontem disse-me, preto no branco, que queria ir para casa do pai, que tinha saudades dele e que gostava mais dos brinquedos que tinha na casa do pai do que na minha. Assim, sem estar à espera, quando saía do banho e a enxugava com a toalha, tudo porque estávamos a ter uma conversa sobre a "chucha", esse meu grande cavalo de batalha.
Por mais que friamente eu saiba que ela disse aquilo para me atingir e magoar, numa clara chantagem emocional de "já que não me deixas estar com a chucha, toco-te no ponto fraco", por outro, não consigo deixar de pensar que lá no fundo está a ser verdadeira, mesmo que roce a manipulação.
Não é o ter saudades do pai que me magoa. É normal uma criança ter saudades do pai ou da mãe quando não está com o mesmo. O que me magoa a sério é o dizer-me que não quer mais estar na minha casa, pedir ao pai para a vir buscar quando fala com ele ao telefone, ou que prefere os brinquedos de um aos do outro. Se ela mo diz agora que tem 3 anos, quando for mais crescida, calculo que será pior, até porque não consigo competir com o pai a nível financeiro. Na casa do pai ela vai ter sempre condições e coisas que na minha não tem e com as quais eu estou a anos luz de conseguir equiparar. O quarto dela na minha casa é bem mais pequeno e acredito que os brinquedos não sejam tão atractivos e em menor quantidade, mas dizer-me aquilo assim, na cara, doeu muito. Também acredito que a integridade, respeito e amor de uma criança não se compram com bens, por mais que eles nesta fase não tenham noção do preço das coisas ou dos sacríficios que fazemos. Mas ontem, ontem senti que a estou a  perder. Ontem senti que o meu papel de mãe está profundamente abalado e que falhei. E lembrei-me das vezes em que discuti com a minha própria mãe, em que também lhe disse coisas que a magoei ao ponto de a deixar de lágrimas nos olhos, ou o quanto ter um filho tem tanto de doce como de amargo.
 


terça-feira, setembro 25, 2012

O drama, o horror...

 
... é ver a nossa cara no espelho de uma loja - com boa iluminação, daqueles em que até se escrutina a alma - e constatar que todas as nossas pilosidades faciais (sobrancelhas, buço, etc.), andam à solta, que nem cavalos selvagens, sem que déssemos conta.

segunda-feira, setembro 24, 2012

Pequenos Desabafos #14

 
Estou a precisar, desesperadamente, de malas e sapatos para a nova estação. Tenho uma série de sapatos em casa mas prontos a irem para o lixo, de tão feios e gastos que estão. Já no que diz respeito a malas, não compro uma há tanto tempo que necessitava mesmo de um básico que ficasse bem com tudo, de cor neutra e de bom material. (Isto porque detesto malas que só de olhar se notam que o material é fraco, plastificado ou  que não tenha um aspecto minimamente consistente.)
Ontem, no El Corte Inglés, vi uma mala em tons camel da Bimba & Lola. (Sim, bem sei, estes olhinhos batem em tudo o que é bom e caro... as da Carolina Herrera também fazem o meu coração acelerar.) Era grande (mesmo como eu gosto), tinha um aspecto robusto, uma pega e uma alça - o que permite escolher entre andar com ela na mão ou ao ombro - e não tendo nenhuma beleza adicional que a destaquem, vale pelo facto de ser um bom básico, a opção segura.
Hoje vim ao site namorá-la e ia tendo um colapso cardíaco. 265€ é quanto custa a "básica malinha" que também existe em laranja e em cinzento (outra cor que adoro e que no Inverno fica bem com tudo).
Bom, acho que o melhor é fazer uma incursão pela Primark e ver o que consigo desencantar por menos de 20 euros. Aposto que trago uma mala e uns sapatos.
 

quinta-feira, setembro 20, 2012

Viajar sem chegar a partir, the story of my life

 
Eu sou uma rapariga com tanta sorte, mas taaaannnnnta sorte (NOT) que tinha um fim-de-semana marcado desde Maio - há mais de 5 meses portanto - em Monsaraz, num hotel de charme e hoje, quando ia confirmar a reserva do mesmo, informam-me que o dito cujo fechou. Fiquei para morrer.
Há tanto tempo que isto estava marcado, esta semana já andava em modo "escapadinha", com desejo de um fim-de-semana diferente e assim de repente, some-se tudo num puff.
Quando este tipo de coisas me acontece fico mesmo revoltada com a vida. Cabrão de karma o meu, a sério. Foda-se para isto! Nunca tenho ordem de gozar nada. Não faço férias, não viajo, não passo fins de semana fora, privo-me de tudo aquilo que me dá prazer, evito gastar um tostão em coisas supérfluas e mesmo quando tenho algo planeado há meses, que já paguei e pela qual espero pacientemente, a dois dias de ir fico a saber que afinal não vou.
Já para ir a Madrid foi o filme que foi e agora isto.
Só me apetece chorar.
 
Ah, e já agora, para que não aconteça a mais pessoas, o hotel que fechou e me deixou apeada, foi o "Província Charming Hotel" em Reguengos de Monsaraz!

terça-feira, setembro 18, 2012

Pequeno desabafo#13

Quanto mais trabalho nesta área mais a acho ingrata, muito, muito ingrata. (Mas não querendo eu própria parecer ingrata, ainda bem que tenho trabalho.)
 
Li ontem na Actual do jornal Expresso, uma entrevista a um jovem escritor que acabou de lançar o seu primeiro livro. Dizia na entrevista que, à semelhança do que também já me aconteceu, enviou o seu original para várias editoras e que praticamente não obteve respostas, apenas uma carta onde agradeciam o contacto mas recusavam a publicação da obra. Depois de participar em vários prémios literários sem sucesso e quando já se encontrava perto de desistir, foi contactado por uma das melhores editoras e escritoras do meio livreiro em Portugal que, pegou na obra, o direccionou, aconselhou e acabou por lançar.
A Maria do Rosário Pedreira é a responsável por descobrir nomes como o José Luís Peixoto, o João Tordo ou o Valter Hugo Mãe, todos eles vencedores do prémio Saramago.
Convém dizer que este recente escritor, de 39 anos, promete ser um nome a seguir com atenção, encontrando-se já a trabalhar no próximo livro. Sandokan & Bakunine, segundo a sinopse e a descrição da editora, trata-se de uma história com várias histórias dentro, um conceito com o qual eu própria me identifico e que sempre gostei, quer no cinema, como na literatura. Apelidam-no mesmo de o  "David Lynch" da escrita, o que não é despropositado, pois  a ideia inicial era ser guião de filme que, não vendo a luz do dia, se transformou em livro.
Depois de ler isto, fiquei cheia de vontade de voltar a escrever, mesmo que aquele sentimento de insegurança e de pouco crédito nas minhas competências me persiga, mas porque não ir escrevinhando todas aquelas ideias que me vêm à mente e que acabam por ficar sempre retidas e bloqueadas em mim? Dar-lhes uma forma mais concreta, definindo uma linha condutora, uma articulação. Às vezes penso que o ideal para escrever seria isolar-me, dedicando-me exclusivamente a essa tarefa, mas depois penso que o que me falta mesmo é disciplina e força de vontade e que arranjo  desculpas consecutivas porque eu própria não acredito, porque eu sou a minha pior inimiga. Porque me sinto sempre aquém.
Saramago só publicou o seu primeiro livro aos 40 anos (e longe de mim querer ter aspirações de Saramago), mas serve o exemplo apenas para demonstrar que ainda vou a tempo de me permitir sonhar, ou pelo menos, de trabalhar para isso, de aperfeiçoar a técnica. É apenas uma questão de força de vontade e também alguma sorte.
 

segunda-feira, setembro 17, 2012

Pequenos Desabafos #12

E hoje, numa reunião com um cliente, fico a saber que irei passar o dia dos meus anos a trabalhar. Ou melhor, a noite dos meus anos a trabalhar, já que o dia - e por ser de semana - já se esperava.
É certo que ainda falta um mês e meio, mas caramba, saber que nem um jantarzinho vou poder fazer e que terei de ficar a gramar uma gala até às tantas, foi como se me tivessem dado um murro no estômago.

ainda do 15 de Setembro


 
Eu fui e levei-a pela mão. Três anos, (quase quatro) de gente e calcorreou a Avenida da República e a de Berna até à Praça de Espanha na primeira manifestação da sua vida. Queixou-se de cansada a meio do caminho, mas portou-se lindamente. Sempre caladinha, de mão dada e muito atenta. Mais do que por mim, que sinto (e sentimos) na pele todas estas medidas de austeridade e estes cortes salariais que nos sufocam e nos deixam no limite do sustentável, fui por ela, pelo futuro dela. Para que cresça num país que lhe dê esperança, que a valorize e lhe proporcione oportunidades. Porque quero acreditar que conseguimos dar a volta a isto e porque, no meio daquelas centenas (milhares) de pessoas que estiveram presentes no passado Sábado, quando cantaram o hino nacional a uma só voz, não pude deixar de me sentir profundamente emocionada.
Deve ser isto que se denomina de amor à pátria, mesmo quando lhe vemos de frente todos os seus defeitos.
 

sexta-feira, setembro 14, 2012

Top 5 (ou 6)

No outro dia, em conversa, dei por mim a enumerar alguns dos meus filmes preferidos de todos os tempos. Filmes que me dizem muito, que me tocam de uma maneira muito particular cá dentro e com os quais me identifico. E assim de repente, sairam-me da boca sem hesitar, o meu Top 5... Se bem que há outros, muitos outros, mas sobre isso farei outro post mais adiante.
 
 São eles:
 
 
As Pontes de Madison County - Não me canso de ver e rever. A paisagem, a banda sonora, a Meryl Streep, a história, tudo me toca, tudo me deixa de coração apertadinho. É em Pontes de Madison County que retenho uma das frases que mais me marcam até hoje, por quase a tomar como minha, por definir um determinado período da minha vida e, acima de tudo, por ser tão, mas tão verdadeira.
Para mim, este filme é uma obra-prima do Clint Eastwood.
 "When a woman makes the choice to marry, to have children; in one way her life begins but in another way it stops. You build a life of details. You become a mother, a wife and you stop and stay steady so that your children can move. And when they leave they take your life of details with them. And then you're expected move again only you don't remember what moves you because no-one has asked in so long. Not even yourself. You never in your life think that love like this can happen to you."
 
 
 
Little Miss Sunshine (ou o manhoso título em português de "Uma família à beira de um ataque de nervos"). Um dos filmes mais bonitos, mais tocantes, mais simples e divertidos e com a melhor cena de dança mix apoio familiar de sempre!
 
 
Amélie Poulin - Porque se centra nas pequenas coisas, nos pequenos prazeres da vida e na versão romântica de menina introvertida e sozinha que encontra o amor. (E também porque, em muitas coisas, me revejo na protagonista). J'adore!
 
 
Orgulho e Preconceito - Eu adoro a Jane Austen e esta versão do Orgulho e Preconceito do Joe Wright consegue ter um final ainda mais bonito (na minha opinião) do que o do livro e mesmo assim permanecer-lhe fiel nos diálogos e nas cenas. E a fotografia? Fantástica! A Elizabeth é simplesmente perfeita na pele da Keira Knigtley e aquele Mr. Darcy faz o meu coração bater mais depressa. (Sim, sou uma romântica assumida e não me venham cá com histórias, porque todas as raparigas - num dado momento das suas vidas - sonharam em casar-se com o epíteto de princípe herdeiro rico que mora num palácio. Melhor que isto só mesmo a história da Cinderela em que ele ainda lhe oferece um par de sapatos.)
 

 Billy Elliot - Porque é real, porque aconteceu, porque quebra esterótipos, porque devemos de acreditar e lutar pelos nossos sonhos. Preciso de dizer mais alguma coisa? Ah, sim, e porque apesar de não conhecer, de nunca lá ter posto os pézinhos, AMO as terras frias da Escócia.
 
 
O Despertar da Mente (Eternal Sunshine of the Spotless Mind) - O único filme em que entra o Jim Carrey que eu gosto. E se de repente todas as nossas memórias partilhadas com "aquela" pessoa, que faz parte do nosso passado, desaparecessem? Queremos mesmo que elas desapareçam da nossa memória, mesmo que as coisas não tenham resultado? E numa relação, dizemos, efectivamente, tudo aquilo que pensamos do outro ao outro? Mesmo quando, supostamente, "amamos"? Nas férias tive oportunidade de o rever e (coincidência ou não) dei por mim a constatar que nessa mesma semana tinha dito uma frase praticamente igual a uma do filme, sem o saber e sem me dar conta.
Uma história brilhante e louca, com uma Kate Winslet de cabelo às cores e que toca nalgumas das questões mais fulcrais (e essenciais) do amor.
 
E pronto, assim de repente, o meu Top 5 (ou melhor, 6), é isto.

a moda que se lixe

 
Ontem foi dia de Vogue Fashion Night Out e eu confesso que estas coisas da moda e do ver e ser visto me chateiam cada vez mais. Não pretendo dar uma de falsa moralista, porque é verdade que gosto muito de moda, de trapinhos, de acessórios, de malinhas, sapatinhos, lenços e tudo e tudo e tudo, mas ir a festas "da moda" já é diferente e tenho cada vez menos paciência. A confusão nas ruas esteve ao rubro, o trânsito impossível, vi não sei quantas meninas vestidas de igual, o que equivale a: saia comprida de cor coral ou azul com t-shirt branca e muitas sessões de equilibrismo em cima de saltos vertiginosos pouco aconselháveis à calçada portuguesa. Não sei se a iniciativa se traduz em mais vendas nas lojas e dinamização do comércio, ou apenas gastar-se aquilo que se tem e o que não se tem porque, moda-a-quanto-obrigas, nessa noite tudo é permitido.
Eu fui por motivos de trabalho, mas enquanto calcorreava a pé aquela avenida, ou quando fiquei mais de uma hora parada no trânsito sem andar para trás ou para a frente, só pensava que onde queria mesmo, mesmo estar, era na minha casa!
 
A moda, a moda que se lixe!
 

quinta-feira, setembro 13, 2012

Pequenos desabafos #11

Hoje, em conversa no gmail com um amigo com quem já não falava (nem vejo) há séculos, diz-me isto:
 
"o tempo passa e nós não damos por ele... essa é a verdade. o fds uma coisa, outro fds outra...
a semana é trb...."
 
Estas "coisas", estas justificações, deixam-me doentes, a sério. Porque, não me venham com merdas, quando queremos estar com as pessoas que gostamos, arranjamos sempre tempo, nem que seja um café rápido a seguir ao trabalho, um encontro no fim de semana, whatever!
Isto, isto são desculpas para bói dormir.

quarta-feira, setembro 12, 2012

Ruby Sparks

Depois de um longo período de abstinência - de cinema - por  total ausência de um que me despertasse o profundo interesse e me levasse a gastar os mais de 6 euros que cobram pelo bilhete, (que com isto da crise a malta fica forreta e equaciona e pondera todos os gastos), eis que hoje descobri aquele que, penso, me levará até à sala mais próxima: Ruby Sparks.
 
 
Ainda por cima é dos mesmos realizadores de um dos meus filmes preferidos de tódó-sempre, o não menos maravilhoso e especial "Little Miss Sunshine" e até o seu protagonista transita directamente de um para o outro, apenas uns aninhos mais velho.

the little things

 
Ontem não fui buscar a M. à escola. Foi uma "tia".
Ela nada sabia, foi a surpresa total. Saiu mais cedo e fartou-se de brincar no parque até à hora em que eu cheguei.
O melhor do dia não foi o facto de ter tido outra pessoa a ir buscá-la à escola, sair mais cedo, ou levá-la ao parque. O melhor do dia foi: Andar de táxi!
Agora, sempre que vê um táxi faz questão de dizer muito contente: "Olha, um táxi!" E se tivermos em conta que a cidade está cheia deles, bom, vai ser coisa para a entreter durante algum tempo.

sonhos


Gosto muito dos últimos meses do ano e adoro Setembro, mas chega-se a esta altura e sei que até ao Natal ando a penar com a conta bancária a roçar a falência financeira.
Esta semana e com o regresso à escola da pequena cria, lá fui eu comprar o uniforme para a criança, porque o do ano passado já lhe está a ficar mínimo e em quatro simples peças, vi sair do meu orçamento, mais de 100 euros. Só assim para "aquecer". Ainda não refeita, ontem, quando abri o caderno da escola, dei de caras com duas páginas A4 com pedido de material. De "protector solar" e "creme de rosto", a lápis e marcadores da marca Giotto, cartolinas, resmas de papel, ou "escova com bolsa", há de tudo... é só pedir!
E eu faço contas à vida, deito-me a fazer contas à vida e sonho as coisas mais esquisitas, reflexo de um subconsciente preocupado. Hoje andei às voltas na cama, acordando ao longo da noite e sempre a ter sonhos diferentes. No primeiro sonhei que vivia na minha actual casa, mas cujo chão - de madeira e em tábua corrida - estava tão podre que o simples peso fazia com que se partisse deixando buracos a descoberto, buracos esses que eu não conseguia tapar... a juntar à festa chovia lá dentro e eu, aflita, sentia-me impotente por não conseguir resolver a situação. (tenho o síndroma das casas velhas, tal como a minha mãe...). A seguir sonhei que estava no aeroporto e que perdia o avião porque me atrasei a fazer o check in e a preencher um formulário a lápis cujas letras desapareciam e pronto, fiquei em terra. Por fim, sonhei que pintava o cabelo para disfarçar os brancos, mas quanto mais pintava, mais brancos me apareciam, como se resistissem e quisessem marcar uma posição, tendo desistido e ficado com a cabeleira toda grisalha...
Acordei cansada e a sentir-me impotente e não gosto desta sensação.

terça-feira, setembro 11, 2012

E o que dizer do futuro?

Depois dos últimos dias - e de todas as medidas de austeridade anunciadas - o futuro parece uma grande e densa névoa, muito escura e cinzenta, onde nos vamos enfiar e que não desaparece.
Quando regressei a Portugal, vinda de Madrid, em 2003, nunca mais pensei ou considerei a hipótese de voltar a emigrar e desde que a M. nasceu, em 2008, numa altura em que já se advinhava a crise no horizonte e em que eu própria me encontrava desempregada, a ideia continuava a soar-me estapafúrdia e descabida. Privar a minha filha da família, dos avós, dos amigos, para quê, se ela aqui tem tudo? (ou quase tudo)
E depois veio a grande crise e com ela também o meu divórcio. Se já é difícil para um casal com filhos, divorciados então é ainda pior, e a minha situação financeira sofreu uma remodelação profunda, motivo pelo qual a opção "emigração" voltou a ser uma possibilidade. Não é que ande  desesperadamente à procura de trabalho lá fora, mas se aparecer, porque não? É que sinceramente, preferia mil vezes que ela crescesse num país que mais tarde acreditasse nela e nas suas capacidades, naquilo que ela tem para dar, lhe incutisse esperança no futuro e lhe (nos) providenciasse qualidade de vida, do que neste belo canto à beira mar plantado mas sem nenhum final feliz à nossa espera, onde trabalhamos que nem mouros, ganhamos pouco e mal e ainda nos roubam as poucas "regalias" que um estado social de direito, supostamente, nos deveria garantir.
E não ter esperança no futuro nem no país onde vivemos, é triste, muito triste.
 

quando menos se espera

 
Ontem, quando fui buscar a minha "mini me" à escola, a auxiliar - uma miúda super querida e simpática - esteve um bocadinho à conversa comigo. Lá me contou as aventuras e graças da pequena durante a última semana, que não tem feito birras e que já se anda a queixar que vai fazer quatro anos em Novembro e que está a ficar "velhota". Desatámo-nos a rir com o facto de uma piolha de três anos andar a lastimar-se com a idade e eu lá desabafei que fazia anos dois dias antes dela e que já ia a caminho dos 34. Do outro lado a reacção foi de surpresa: "34, a sério? Nunca pensei, não lhe dava 34 anos!"
E pronto, acho que foi a primeira vez que alguém me disse que não parece a idade que tenho, o que me deixou assim para o vaidoso.

segunda-feira, setembro 10, 2012

Do fim de semana

Depois de uma massagem por todo o corpinho no final da tarde de Sábado (com um voucher comprado no Odisseias, agora não quero outra coisa), seguiu-se um jantar no Sushi Fashion e ainda fomos a tempo de desfrutar das últimas músicas do concerto "à borliu" que o Frankie Chavez deu na estação de metro do Chiado.
 
Se há noites perfeitas, esta foi uma delas.


as encruzilhadas do El Corte Inglés

Ir ao El Corte Inglés é "bem". Se há shopping na capital onde se pode ver senhoras com malas de marca verdadeiras, é ali. Ali, no Saldanha e nas Amoreiras. São os shoppings chiques da vidade. Mas se há coisa que me irrita no El Corte Inglés - para além dos acessos ao parque de estacionamento - são as escadas rolantes e os elevadores. Que nervos! É de tirar a paciência a um santo a quantidade de tempo que se espera por um elevador que vem do 7º piso e ainda vai até ao -3 antes de parar no sítio onde estamos, chegam a abarrotar e são mais lentos que um caracol.
E as escadas? Outro teste de paciência, já que as escadas do piso zero não são directas até ao sétimo andar e a meio obrigam-nos a andar entre pisos e a trocar. Hoje, para ir do parque de estacionamento no -2 até ao quarto andar tive de andar dois lances de tapete rolante, estive mais de cinco minutos à espera de três elevadores que não saíam do 5º andar, tendo desistido e ido de escadas. No segundo andar tive de mudar, atravessar meio corredor e, finalmente, lá consegui chegar ao meu destino: o "elevado" quarto andar. Tudo em menos de meia hora! Uau!
 
 

sexta-feira, setembro 07, 2012

assuntos cabeludos


Lembram-se deste post?
Pois bem, ontem deu-me uma gana. Mas não foi gana de ir cortar o cabelo, porque continuo a querer deixá-lo crescer, foi mais uma gana de "dê-me só aí um jeitinho na franja e pode escadear um bocadinho de nada para o corte ficar mais leve e definido sem mexer no comprimento".
Bom, como é que eu hei-de dizer isto sem ferir susceptibilidades... digamos que foi desastroso.
E eu fiquei a pensar se foi azar ou se sou eu que sou mesmo parva. É que senão, vejamos:
Depois de ter cortado o cabelo em Maio - e em que tive uma das maiores crises capilares que me lembro - jurei a mim mesma que nunca mais voltava àquele salão, quanto mais deixar que aquela senhora me voltasse a meter as mãozinhas na cabeça. Engoli cada palavrinha, porque ontem quando me deu a gana do "vou só ali aparar a franja e, como tal, vou dar o benefício da dúvida e voltar ao mesmo sítio", quem é que me calhou na rifa, quem foi? Pois, ela! Aquela cabeleireira dos infernos! Como era hora de almoço e as restantes cabeleireiras do salão estavam todas ocupadas, lá acedi a que fosse ela - que estava a terminar um brushing - que me atendesse em seguida, porque pensei, "bom, não vou cortar o cabelo, por isso, vou-lhe dar o benefício da dúvida."
Errado! Nota mental para próximos momentos de fraqueza: Nunca mais dar o benefício da dúvida a quem já me deixou ficar mal anteriormente!
Lá me prepararam e, antes de a senhora agarrar na tesoura, fiz questão de dizer que NÃO queria cortar no comprimento do cabelo, que estava a deixá-lo crescer, que não o cortava desde Maio e que em vez da franja recta que já me acompanha há algum tempo, que agora ando a deixá-la crescer para o lado. Pedi-lhe apenas que desse um "jeitinho" na mesma, inclinando-a e que picotasse um bocadinho o escadeado já existente para o cabelo ficar mais leve e o corte mais definido. E dito isto fiquei tranquila porque pensei que não ia haver surpresas. Enganei-me.
A senhora começou a cortar cabelo, a cortar, a cortar, eu a ver pedaços de cabelo a cair no chão, em cima de mim, cada mais e cada vez maiores, até que comecei a encher, a encher e rebentei.
Mandei-a parar e mostrei todo o meu desagrado. Então uma pessoa diz-lhe para não cortar cabelo e ela vai e faz exactamente o contrário? E ainda fica ofendida e diz: "mas eu não cortei no comprimento", quando por todo o lado jaziam pedaços de cabelo com mais de 2 cms e continuava, "se quer deixar crescer o cabelo só o deve cortar, no máximo, duas vezes por ano", quando a última vez que o fiz, foi ela que também mo desgraçou.
Saí de lá com uma neura maior do que eu. O rapaz da recepção que me lavou a cabeça, ainda tentou amenizar a coisa e, super prestável, teve a delicadeza de tentar resolver a situação e perguntar se eu queria que outra cabeleireira tentasse dar um jeitinho, mas eu já estava com cara de poucos amigos e sem vontade de continuar ali.
E eis que voltei a ter o cabelo acima dos ombros... porque me cortaram os poucos centímetros que o mesmo cresceu nestes últimos meses. E a franja? De fugir...
Ontem fui ao cabeleireiro e hoje ando com ele apanhado. Sinto que gastei 30 euros para me deixarem pior do que estava, além de ter apanhado uma valente neura.
Mais valia ter ido às compras, com esse dinheiro fartáva-me de trazer roupa para casa e ainda ficava feliz.

Fall



Hoje o dia acordou farrusco, com o tempo meio embrulhado e a cheirar a Outono. E eu sou uma pessoa do Outono e dos dias mais frescos, das tonalidades bourdeaux, dos verdes secos, dos amarelos torrados, dos castanhos, das folhas caídas e da melancolia própria desta altura do ano.
Eu nasci no Outono, assim como a minha filha e a minha mãe.
Que maneira maravilhosa de terminar a semana.


quinta-feira, setembro 06, 2012

Pequenos desabafos #10

Ontem, por ter gente a jantar lá em casa, distraí-me com as horas e faltavam vinte para as onze da noite, quando me lembrei que não tinha falado por telefone com a minha filha. Claro que quando liguei já ela dormia e apenas falei com o pai que, notei, estava aborrecido.
Fiquei a sentir-me uma merda. Como pude esquecer-me de ligar e falar com a minha própria filha, como? Que raio de mãe sou eu?
Hoje, para colmatar esse lapso, decidi ligar mais cedo e do outro lado, quando o pai atendeu o telefone, ouvi-a perguntar: "É a mamã? Não, não, não, eu não quero falar com ela", seguido de um pranto.
E se eu já me sentia uma merda por ontem não ter falado com a minha filha, depois disto percebi claramente que ela também não me perdoou.

Mais fait divers desta minha vida sempre (tão pouco) emocionante

Nestas férias, estava eu tranquila da vida, a acabar um almoço tardio e a preparar-me para a seguir refastelar-me no sofá e dormir uma bela sesta quando vejo a Rebeca, uma cantora portuguesa, minha conterrânea, a cantar no programa do Baião. Quando vi a rapariga fiquei em choque. Tinha engordado bastante, principalmente porque me lembro dela muito magrinha e como é mais ou menos da minha idade, talvez uns 2 ou 3 anos mais nova, é inevitável a comparação com o antes e o actual.
Quando fui a casa dos meus pais no passado fim-de-semana, comentei com a minha mãe que tinha visto a rapariga na televisão e que ela tinha engordado imenso. A minha mãe lá me explicou que a moça foi mãe e teve um tumor na garganta que a fez engordar,  mas que já está curada - e quanto a isso não há comentários maliciosos a fazer, porque ninguém deseja ter tumores nem engordar derivado aos mesmos - mas o que me chocou foi a minha mãe se virar para mim e dizer: "Ela não está muito gorda, está assim como tu, a televisão é que engorda as pessoas."
Morri ali. "Ela não está gorda, está assim como tu". (!?!?!) Lá me contive, engoli em seco e argumentei: "Ela está como eu?  Então queres dizer que se eu for à televisão fico semelhante à Rebeca?". Ao que ela, muito convencida das suas palavras, afirmava repetidamente com a cabeça.
Não sei o que é pior, não ter noção da minha própria largeza, ou ter a minha mãe a atirar-ma à cara.
 
 
A Rebeca em 2002 a fazer poses sensuais (?!?!) para a revista Ana + atrevida...
e actualmente.