segunda-feira, setembro 17, 2012

ainda do 15 de Setembro


 
Eu fui e levei-a pela mão. Três anos, (quase quatro) de gente e calcorreou a Avenida da República e a de Berna até à Praça de Espanha na primeira manifestação da sua vida. Queixou-se de cansada a meio do caminho, mas portou-se lindamente. Sempre caladinha, de mão dada e muito atenta. Mais do que por mim, que sinto (e sentimos) na pele todas estas medidas de austeridade e estes cortes salariais que nos sufocam e nos deixam no limite do sustentável, fui por ela, pelo futuro dela. Para que cresça num país que lhe dê esperança, que a valorize e lhe proporcione oportunidades. Porque quero acreditar que conseguimos dar a volta a isto e porque, no meio daquelas centenas (milhares) de pessoas que estiveram presentes no passado Sábado, quando cantaram o hino nacional a uma só voz, não pude deixar de me sentir profundamente emocionada.
Deve ser isto que se denomina de amor à pátria, mesmo quando lhe vemos de frente todos os seus defeitos.
 

1 comentário:

Maria disse...

Também lá estive, apesar dela ter ficado com os avós. Depois, ao ver tantas crianças que ali estavam, tive pena de não a levar. Estas lições de cidadania são importantes para elas, devia tê-la levado. Para que aprenda a lutar contra a injustiça, para não calar, para não cruzar os braços. Para que veja o quanto os seus pais se importam com o seu futuro, que, cada vez mais lhes é amputado.
Da próxima vez também vai comigo, para que sinta o que eu senti, para que veja o poder da união e escute a voz do povo.
Bjs
Maria