segunda-feira, março 27, 2006

Pequenas Fridas


















. Sempre tive uma grande paixão pela vida e obra de Frida Kahlo. Assim como sempre tive uma grande paixão pela pintura, ou pelos ambientes quentes do México, pela América latina, por Espanha…
Portanto, nela, Frida, são duas paixões que se unem e que transbordam em minha direcção, como se fossem um apelo.
Quando soube que a exposição de algumas das suas obras e objectos pessoais vinham a Portugal andei a contar os dias para puder ir vê-la, mas as longas filas de espera para entrar levaram-me a refrear os ânimos e a esperar algumas semanas antes de me decidir. Aconteceu ontem. Não que o dia tenha sido a melhor das escolhas. Meia Maratona de Lisboa e início da festa da Primavera no CCB fizeram com que centenas de pessoas se deslocassem até Belém. O trânsito estava caótico e desesperante, mas lá conseguimos arranjar lugar e chegar à ala ‘Frida’, que chamava por mim como que um deleite. E foi.
Tive vontade de fotografar tudo, de tocar, de mexer, de senti-la mais próxima de mim. Tive vontade de ficar ali horas, sentada no chão, a olhar, como se me alimentassem a alma. Tenho vontade de voltar, outra vez e outra vez e outra vez. Tive vontade de andar de flores na cabeça e usar brincos grandes, saias rodadas e camisas coloridas. Mas não pude. Fiquei-me pelas fotos que tirei às pequenas ‘Fridas’ que havia por todo o lado, de sobrancelhas carregadas a lápis preto e flores de tecido no cabelo, que sem saberem muito bem quem é que imitavam, se deliciavam com o retrato de uma senhora feia, mas que as atraia como um íman.
E assim, enfeitiçados em conjunto, sentíamos o fascínio que as vidas dos outros exercem sobre a nossa.

.Colar - 15, disponível.

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