quinta-feira, janeiro 23, 2014

Sol de Inverno

E hoje que está frio, mas um dia de solinho de Inverno bom, apetece-me falar sobre a novela da SIC que dá pelo mesmo nome: Sol de Inverno. É que eu ando agarrada aquilo. Literalmente. Logo eu, que já não via uma novela há séculos (e me gabava disso), agora dou por mim a não perder um episódio. Claro que não deixo de ir jantar fora ou ir ao cinema durante a semana por causa da novela, mas sempre que estou em casa não perco um episódio e ao fim-de-semana sinto-lhe imenso falta.
Estava eu a dizer que ando agarrada à novela e logo a uma portuguesa. Eu que deixei de ver novelas brasileiras, que têm excelentes prestações e actores brilhantes, ando a ver uma portuguesa e gosto. Claro que há partes e personagens que me chateiam um bocadinho, principalmente quando a novela entra naquela trama do "engonhar" para encher chouriços, mas de uma maneira geral considero-a bastante boa. Comecei a ver o episódio número um e pronto, foi quanto bastou, a partir daí tenho visto sempre para azar do homem que fica a fazer-me companhia no sofá e também a vê, mas lá se vai entretendo na internet enquanto eu tenho o meu guilty pleasure televisivo. Bom, também adoro o "Say yes to the dress" do TLC, mas esse já não conto com ele a fazer-me companhia e já entra na categoria "trash TV". Adiante. No Sol de Inverno acho a prestação da Laura, a actriz Maria João Luis, simplesmente soberbo. No papel de vilã, manipuladora e maquiavélica está, na minha opinião, genial. É fria, elegante, calculista e dona de uma expressão facial capaz de me transtornar. Até eu tenho medo dela! Já a Rita Blanco, que eu tanto gosto, não a considero particularmente brilhante. Acho o papel dela meio frouxo e a sua obstinação meio parvinha, mas pronto, é a ficção e uma pessoa sempre se entretem. Mas com quem eu me rio a valer é com a dupla Luciana Abreu e Rui Unas, solto verdadeiras gargalhadas com estes dois, principalmente com a Luciana no seu papel de mulher do norte, expedita, sexy e de mão na anca ao som de Tony Carreira.
Com quem também ria bastante era com o Diogo Morgado no papel de menino rico mas bronco, filho do patrão e agora, parece que ele está vivo. (Eu sempre achei que ele devia de estar vivo!) Por isso, mal posso esperar pelo episódio de logo à noite. É que ontem a novela acabou com a imagem dele, vivo e de boa saúde, no Brasil.
Já estou em contagem decrescente para me alapar no sofá com a manta e o pijama em pleno relax.
O sol de inverno é bom, mas o quentinho de casa à noite é ainda melhor.  

quarta-feira, janeiro 22, 2014

sou terrível

 
Como nunca fiz dietas na vida (daquelas mesmo à séria) e sempre comi tudo o que me apetecia, agora, quando pretendo refrear um pouco este meu apetite voraz, travo uma verdadeira batalha interior.
Decidi que tinha de cortar um pouco com os doces e porcarias que andava a comer em doses cavalares todos os dias. Eu era bolinhos, eu era bolachinhas, eu era chocolates, eu era home made croissants com Nutella, eu era home made pizzas e queijadas, eu era home made pancakes e pronto, é a desgraça total. Uma mulher até pode não ter muita tendência para engordar, mas a idade já não perdoa e o organismo já não é como era. As gordurinhas vão-se acumulando e, ultimamente, sinto que tenho um rabo do tamanho do mapa mundi e uma barriga proeminente quando não ando espartilhada com collants que apertam e escondem aquilo que eu sei. Por mais que me digam: "ah e tal, mas tu és alta e não precisas", ou "estás bem, não te faz falta perder peso", eu não me sinto assim tão bem. Tenho noção de que não sou uma pessoa gorda, mas gostava de não me sentir tão larga, além de que a balança também não engana. Nunca fui pessoa de engordar de repente 5 ou 6 quilos por mais porcarias que coma. Nesse aspecto sei e reconheço que sou uma sortuda. Continuo a vestir as mesmas calças de há vários anos. Às vezes até vou ao armário e experimento peças que já não visto há algum tempo e ainda me servem. E claro que me sinto contente por isso, mas também sinto diferenças, algumas coisas estão mais apertadas, o corpo vai mudando e eu acho que se conseguisse perder 2 ou 3 quilinhos, ficaria melhor.
Parece fácil não é?
Pois.
O problema é que não consigo. Falta-me resiliência para não ceder.
Até começo bem, ando um ou dois dias super controlada, a beber batidos ao pequeno-almoço, a evitar petiscar bolachas enquanto estou sentada a trabalhar, ou a roubar uma fatia do bolo fresquinho que todos os dias há no escritório e que vai tão bem com o café matinal, a comer gelatinas e sopinha, mas depois... depois... bom, depois sou uma fraca, essa é que é a verdade.
Não há peixinho cozido que me assista, nem verduras que me satisfaçam ou batidos "veggies" que controlem o sugar crave que baixa em mim.
É terrível. Sou terrível.
Só por causa disso, combinei um brunch caseiro lá em casa para este fim-de-semana.
 
 
 

Purple Rain

Resisti à preguiça e fui ver o Lobo de Wall Street. Saí do cinema às 00h15 (tendo começado a ver o filme às 20h50), mas a história é tão, mas tão boa, que nem damos pelo tempo passar. Adorei o argumento e adorei o desempenho do Di Caprio. Bravo Sr. Scorcese!
Quando ia a caminho das bilheteiras no terceiro andar, com o relógio já quase a bater as 20h00 e ainda a necessitar de jantar, passei em frente à Bershka e não resisti a entrar só naquela de dou-um-giro-rápido-rápido-à-loja-e-saio-logo-de-seguida. Sou perita nisso.
Em menos de 5 minutos trouxe duas camisolas quentinhas de malha, giras que só elas, por menos de 10 euros. Adoro os restos dos restos dos saldos, porque continuam a ser repostas peças que não encontramos no início a preços já muito baixos. As camisolas que trouxe tinham várias etiquetas com os preços sempre a baixar, até que acabei por trazê-las por 10 euros. E nem foi preciso experimentar, foi vê-las, agarrar nelas, confirmar o tamanho, dirigir-me à caixa e voilá, siga.
Hoje já vesti uma com uma saia lápis em tons de roxo escuro, um biker jacket e uns botins de salto alto e sinto-me quentinha, confortável e atrevo-me quase a dizer, sexy - algo que já não acontece há algum tempo. Já não considero a Bershka a loja mais indicada para alguém da minha idade (cof, cof), comprar roupa, principalmente quando necessito de adoptar um vestuário mais cuidado para andar no escritório e ter reuniões, mas de vez em quando gosto de pensar que ainda sou jovem e tenho corpinho personalidade para certas conjugações sem cair no ridículo. O que importa é a atitude e o equílibrio certo de ousadia e elegância.
eu numa tentativa frustrada de selfie
 

terça-feira, janeiro 21, 2014

Sou só eu que acho...

 
... que a actriz Jennifer Lawrence tem cara de canastrona?
Que me perdoem as almas mais sensíveis, mas não consigo engraçar com a rapariga. É gira, é. É bonita, é. Até a acho espirituosa e com sentido de humor, com a graça própria de uma miúda banal que chega ao estrelato sem saber muito bem como, mas o seu desempenho como actriz deixa-me um sabor agridoce na boca. Não a considero brilhante ao ponto de o ano passado ter ganho o óscar para melhor actriz com o filme "Guia para um final feliz", nem os vários filmes em que a mesma entra me parecem grandes mais valias do ponto de vista da representação, mas quem sou eu para opinar, os senhores da academia lá saberão. Este ano tenho a Meryl Streep nomeada pela 18º vez e eu fico muito feliz por isso, ah e quero ir ver o filme onde a mesma entra, "Um quente Agosto", parece-me a típica história das quezílias familiares e disfuncionais que me é igualmente tão... pois, isso, familiar.
Na demanda dos óscares e na tentativa de estar o mais actualizada possível para poder opinar, estou desejosa que estreie - é já esta semana - a Golpada Americana. Não pela "Geninha", mas mais pelo 'Bradleyzinho Cooper', ah sim e pela história (cof, cof ) que parece ser verdadeiramente interessante e digna de prémios. Hoje estou a ganhar coragem (e vontade) para ir ver "O Lobo", que quero mesmo muito ir ver, mas está chuva, está frio, as mantas e o sofá chamam por mim, só me apetece estar enroscadinha em casa no quente e na ronha.
Tenho receio que 3 horas no cinema, por mais palavrões que digam pelo meio - é o filme com mais "fuck" por minuto na história do cinema - não sejam suficientes para me manter acordada.
 

Paris, je t'aime

 
Ora bem, falta menos de um mês para eu ir a Parissssss!!
(Ainda nem acredito, confesso!)
Eu, que o ano passado não saí de Portugal e no ano anterior apenas fui um fim-de-semana a Madrid, finalmente vou conseguir ir a um sítio que não conheço. (E há tanto tempo desejado.)
Hoje achei curioso porque de manhã, na Rádio Comercial, o Vasco Palmeirim e a Vanda Miranda estavam a falar de cidades que já conhecem bem e outras que gostariam de conhecer e o Vasco Palmeirim falou em Paris, que não conhecia e que gostava muito de lá ir. Eu pensei: "Já somos dois Vasquinho". Vão ser apenas 3 dias, bom, na prática serão apenas 2, já que na sexta-feira quando formos o dia já vai ficar partido a meio e apenas teremos a noite para desfrutar, mas é sempre bom não é?
Dado ser tão pouco tempo e dias para visitar tanta coisa, acho que o melhor será programar um roteiro de sítios e coisas que gostaria mesmo de ver. Logo eu, que sou uma péssima planificadora de viagens. Sou do piorio. Nunca programo nada, gosto de andar a descobrir ao sabor da vontade e geralmente nunca faço grandes pesquisas sobre o sítio para onde vou. Claro que isto pode ter as suas vantagens, mas a verdade é que também pode ficar muita coisa para ver - só isso explica ter estado no México (em 2005!) e na altura não ter achado relevante fazer uma viagem de 3 horas para ir visitar a cidade de Chichen Itza, algo que até hoje me arrependo.
Mas bom, não há nada que a experiência não nos ensine, motivo pelo qual desta vez vou tentar ser o mais organizada possível.
Uma viagem há tantos anos esperada merece ser devidamente planificada. Por isso, se quiserem dar sugestões, dicas, lugares a não perder, sítios a visitar ou coisas que se lembrem, bring it to me.
Sou toda ouvidos.
 

terça-feira é dia de...?


Textinho no sítio do costume. E hoje o tema até é sobre casamentos.
Ide, ide.

segunda-feira, janeiro 20, 2014

a vida é um arco-irís

 
A minha filha viu ontem pela primeira vez um  arco-irís enorme, com todas as cores, quando fazíamos a viagem de casa dos avós para Lisboa. Chovia mas estava sol e de repente, no horizonte, aquela visão colorida que alegra qualquer alma, quanto mais a de uma criança.
Na altura em que o fenómeno se deu já ela se aninhava na cadeira pronta para dormitar durante a viagem, chamei-a excitada e disse: "Madalena, filha, olha ali um arco-irís, estás a ver?", ela soltou um enorme "Uaauuuuuuu, sim, estou" e ficámos as duas feitas parvinhas, a sorrir e a falar das cores.
De repente disse: "Se eu estivesse no céu, era como se fosse um escorrega" e eu, ao ouvir aquilo, senti uma pontada no peito, como uma dor forte que chega de repente, nos desconcerta por inteiro e nos deixa o coração muito apertadinho. "Se eu estivesse no ceú", a minha filha disse, "Se eu estivesse no céu" e por breves instantes, veio-me à ideia o medo irracional de a perder. Este medo inexplicável que qualquer pai sente perante a hipótese de perder um filho. Aquele medo que queremos afastar para longe do pensamento mas que paira sobre nós em algum momento, mesmo que ela não o tenha dito nesse sentido.
Hoje, li este artigo do Público e voltei a deparar-me com a mesma frase, mas desta vez a temática da conversa era a morte, a morte vista pelas crianças. "É como um escorrega. Quando acaba o escorrega da vida, começa o escorrega da morte.”
E sorri, por ser tão puro e verdadeiro. Isto tudo ainda a propósito da morte. É que a minha gata - que estava na casa dos meus pais - morreu de velhice há cerca de um mês. Os meus pais, para pouparem a neta da notícia de que a gata morreu e tentando pôr paninhos quentes na situação, disseram-lhe que a gata fugiu... com um namorado! (Há mentira mais ridícula do que esta?) E agora, sempre que vamos lá a casa tenho uma filha a perguntar se a Magali já apareceu, acontecendo o mesmo por telefone sempre que fala com os avós.
A ideia de mentirem à Madalena sobre a gata não me agradou. Para mim as crianças não precisam destas "mentirinhas" de simpatia para as poupar das más notícias, até porque, considero que as crianças - pelo menos da idade da minha - já têm maturidade emocional para saber que um gato ou um cão morreu. Não é fácil, eu sei, mas confesso que me chateia - cada vez mais - os erros que as pessoas cometem tendo como premissa o 'poupar a criança de...' e do 'coitadinha da menina que não precisa de saber essas coisas.'
Eu gosto de explicar à minha filha a realidade e sempre que ela me pergunta alguma coisa eu explico--lhe com naturalidade e dentro do que posso e do que considero que ela vai entender. E ela percebe e entende, às vezes nem faz mais perguntas porque se considera satisfeita e elucidada com a resposta.
Ainda ontem, à mesa, a minha filha perguntou-me o que era "Estudar as letras" e eu respondi, "Estudar as letras é estudar os poetas, os autores, os escritores, a língua", sendo logo interrompida pela senhora minha mãe em jeito de reprovação por "Estar a dizer aquelas coisas à criança", como se fosse desajustada a minha explicação,  rematando a mesma com um "Estudar as letras é estudar, querida". Ou seja, a pobre da miúda deve ter ficado na mesma, já que a explicação da minha mãe sobre o assunto não a ajudou a esclarecer a dúvida que tinha.
Acho, cada vez mais, que este hábito tão português de considerar que as crianças são "frágeis" e "coitadinhas", principalmente pelas pessoas mais velhas ou com pouca instrução, continua de tal forma enraizado que se reflecte nas coisas mais banais - tais como, explicar o que é "estudar as letras",  a morte, ou o que são pais divorciados - só para mencionar algumas situações que me tocam em particular. Há assuntos que as pessoas consideram tabus, como se fosse mau agouro falar neles, ou acarretassem por si só vergonha em mencioná-los. Confesso que só despertei para a temática porque, eu própria, tenho uns pais assim, prontos para criticar na primeira das oportunidades e onde depois do meu divórcio - e pelo facto de ter ficado solteira e com uma filha para criar - fosse o pior de todos os meus males.
Talvez lhes fizesse bem ler mais artigos do género dos do Público, ou ler em geral.
Por falar nisso, acho que lhes vou enviar o link do artigo por email.
Pode ser que percebam.

o sangue que nos corre nas veias nem sempre é bom

Há vários anos que tenho problemas de circulação e varizes nas pernas. A minha mãe também tem, as minhas tias idem e nesta coisa dos genes, geralmente trazemos sempre o que há de mau, porque os bons dos genes são selectivos e é uma sorte consegui-los na lotaria.
Ora bem, estava eu a dizer que sou uma rapariga do alto dos seus 35 anos, com pernas de 65. Basicamente é isto e é uma merda. Já estive para ser operada, mas a **** da seguradora não cobre a operação porque eu, ingénua e burra que nem uma porta, quando decidi fazer o seguro dei por mim a ser honesta e lixei-me para a vida. Portanto a modos que é isto, aos 35 anos, as minhas varizes estão cada vez piores e tenho as pernas que é uma vergonha. Tenho uma gigantesca na perna esquerda, que se alastra, que está cada vez mais alta, feia e escura à medida que o tempo passa e outra a seguir os mesmos moldes na perna direita.
O pior é que ultimamente sinto as pernas constantemente dormentes, fico com os pés cheios de formigueiro e sinto o sangue sempre a "saltitar" (não encontro outra expressão que retrate melhor esta sensação de perna aos "pulinhos".)
Bem sei que devia de ir ver isto o quanto antes e, na minha cabeça - com tendência a hipocondríaca - já só prevejo coisas más, avc's e tromboses venosas e fico em pânico.
Se não consigo fazer tratamentos pelo privado deveria de ir ao público, certo? E devia de começar pelo centro de saúde, certo? Acontece que sou uma "sem médico" e o meu centro de saúde ainda pertence à antiga vila onde residi há já alguns anos.
Se calhar devia de ir ao centro de saúde da minha área de residência actual e pedir para alterar a morada de forma a conseguir marcar uma consulta e ser encaminhada para um hospital público, certo?
Acho que deve ser isso.
Ou deveria de marcar consulta pelo privado e ver se há outras alternativas que não passem por "ir à faca" que o seguro possa comparticipar?
Sinto-me um pouco parva e sem reacção.
 
Enquanto isso a perna continua a saltitar.
 
 

Esbardalhar

 
"Madalena, acende a luz para descer as escadas!". Do outro lado nada. Nem um "Simmmm mãe", nem um "Está beeeemmmm". Só a oiço aos saltinhos a descer os degraus, qual papoila, completamente alienada no mundo dela. De repente um estrondo, um catrapuz em todo o seu esplendor. Um "Ai-minha-Nossa-Senhora-que-a-miúda-esbardalhou-se". E sim, os meus piores receios confirmavam-se, tinha-se esbardalhado. Chorou, chorou, chorou - nada de grave para além do susto - e lá se acalmou. Quando a estava a deitar e lhe aninhava a roupa saiu-se com esta:
"Mãe, a minha queda vai parar ao 'Gosto Disto'?". Contive o riso para não desatar a rir às gargalhadas e coloquei o meu ar mais sério.
"Não filha, ninguém filmou."
"Ah, ufaaaaa."

Geração make a movie and put it on tv.

sexta-feira, janeiro 17, 2014

a propósito da aprovação do referendo sobre a coadoção

Só tenho uma coisa a dizer: nojo!
Sim, nojo por terem aprovado um referendo sobre um assunto que não deve ser referenciado. Nojo por nos estarmos a tornar num país onde os direitos não são respeitados. Nojo por ter um bando de mentecaptos que cresceram apoiados pelo partido, que não têm noção da realidade, que nunca trabalharam a sério na vida e que se lembram de ter estas ideias "visionárias", decidindo assuntos tão importantes que não lhes dizem respeito. A propósito do quê? Da sociedade, da moral e dos bons costumes? Dos valores da "família"?
Sinto-me profundamente revoltada.
Ainda ontem vi o caso de uma mãe, lésbica assumida, que tinha adoptado duas crianças - uma com nove e outra com onze - que sempre viveram essa realidade e que não têm qualquer preconceito em relação à situação. Para elas, a sua família é aquela pessoa, aliás, aquela pessoa e a sua parceira. Os seus "pais", as suas "mães", que sempre as amaram e cuidaram delas, que as retiraram de instituições ou orfanatos e lhes deram todas as condições para terem uma vida melhor. A situação agráva-se porque, a "mãe" que as adoptou, neste momento, sofre de uma doença oncológica e não sabe se irá sobreviver. Como a lei não permite que um casal homossexual adopte em conjunto uma criança, apenas uma delas o pôde fazer, precisamente a que neste momento se encontra gravemente doente e sem saber se irá sobreviver. O que deixa no ar a questão de, caso morra, o que irá ser daquelas crianças já que a parceira com quem vivem, a sua outra "mãe", não tem poder legal sobre as mesmas? Voltam para uma instituiçao? São privadas de terem a família que sempre conheceram e que as criou como filhos? (Que o são!) Sao atiradas para um sítio, privadas de todas as referências com que cresceram, abandonadas novamente à sua sorte, como se não importassem?
...
...
...
 
Nojo. Nojo e vergonha, é só o que me ocorre dizer.

(A história da família a que me refiro, aqui.)

Lei de Murphy

 
Cai uma tempestade de granizo que deixa estrada e passeios completamente brancos, chove e troveja como se o mundo fosse acabar, o trânsito está caótico e completamente empacado e quem é que tem 3 sítios/espaços para visitar na pior manhã da semana no centro da cidade?
Eu, pois claro!
 
 
(Rezai por mim senhores!)

quinta-feira, janeiro 16, 2014

quem rima sem querer é amado sem saber

Esta semana comecei com a M. uma brincadeira engraçada que, não só acho boa para lhe estimular a imaginaçao e a criatividade, como é uma forma de lhe fomentar o gosto pelas letras, pelas histórias e pelos livros.
Geralmente a nossa hora de "parvoeira" a duas, durante a azáfama e correria da semana, é a do banho. Quando estou a enxugá-la, a pôr-lhe o creme no corpo ou a secar-lhe o cabelo, é quando aproveitamos para conversar sobre as mais diversas coisas, cantar, inventar histórias e fazer palhaçadas.
Esta semana inventámos a história da "Princesa Pijama" - isto porque a M. tem o hábito de, sempre que vai para o banho, despir-se em frente ao espelho que existe na porta da casa de banho e colocar as calças do pijama nos braços como se fosse uma espécie de mangas. Depois fica ali a mirar-se e a dançar, toda nua - qual Deusa da Fertilidade - enquanto eu a chamo milhentas vezes para se enfiar na banheira.
Na altura chamei-a de "Princesa Pijama", algo que ela gostou de imediato e fiz uma rima "Princesa Pijama, o seu reino é a cama". Ela adorou, desatou a rir às gargalhadas e pediu-me várias vezes para repetir a lengalenga. Para além desta rima inventei outras, sempre a cantarolar e a improvisar para delírio da miúda, com ela sempre a dizer: "olha, isso rima!" e a pedir mais.
Tem sido o nosso divertimento diário. Inventar rimas e lengalengas e até ela já se aventura com os trocadilhos e sonoridades das palavras, de tal forma que hoje de manhã, no carro, quando a ia levar à escola mas ainda retocava a maquilhagem no espelho retrovisor e aplicava um pouco de blush à pressa, se aventurou com esta: "A mamã é vaidosa e tem um casaco cor-de-rosa".
E tinha, de facto. (Gosto tanto quando ela é assim, "espirituosa".)
 
That's my girl!

c'est vrai


2014 ainda agora começou e um dos desejos inerentes ao novo ano acabou de se materializar.
Foi a surpresa mais bonita e romântica que já me fizeram. Confesso que mesmo agora, passadas algumas horas do "choque" inicial, ainda nem acredito bem que vai acontecer. Ainda estou a planar e com um sorriso meio estúpido no rosto. Felicidade é isto (e às golfadas!).
O dia dos namorados de 2014 chegou mais cedo, em janeiro, a um mês certinho da data e eu começo a minha contagem decrescente.

quarta-feira, janeiro 15, 2014

a arte de procrastinar

 
Tenho um documento importante - nem é bem um documento é um "manual" (!), algo que pressupõe muitas páginas, indicações e informações precisas sobre como fazer algo - para entregar até ao final do mês. Uma boa parte já está feita, mas agora falta a parte mais difícil, a parte com a qual não me sinto tao confortável, a parte que me tira da minha zona de conforto, a parte que dá trabalho.
Bom, tudo isto para dizer que decidi que iria empurrar o assunto com a barriga até ao dia de hoje - 15 de Janeiro de 2014 - deixando-me com 15 dias precisos para terminar o assunto, mas que não auguro nada de bom.

O cúmulo da decadência do spam é...


Receber newsletters da Lindor como se fosse o seu target, chamarem-me pelo nome próprio com a familiaridade de quem me conhece e prometerem-me 365 dias de ilusão.

constatações

 
Comprei a casa onde ainda hoje resido em 2004. Completo assim, este ano, dez anos de pagamento de empréstimo ao banco com seguros e aumentos de spread pelo meio.
Constato que, apesar de ser só em Dezembro - mês em que assinei a escritura - que completo os ditos dez anos de dívida saldada (a maior parte só em pagamento de juros e pouco abate visível no empréstimo contraído) - ainda me faltam mais 30 anos deste fado!
 
Ninguém merece.

terça-feira, janeiro 14, 2014

Derivado da chegada de um bebé à família - e ao facto de com apenas duas semanas de vida - o mesmo não fazer outra coisa a não ser comer e dormir, sem dar grandes chatices à senhora sua mãe, dei por mim a pensar quando a M. tinha a mesma idade e, constatei, que já não me lembro de como era a minha filha com duas semanas de vida. Não me lembro das noites, nem do comportamento, nem dos sons, do cheiro ou de como era tê-la (e vê-la) tão pequena e tão minha. Tenho uma memória difusa no cérebro que apenas reteve breves coisas, como o facto de ter estado quase a necessitar de fazer fototerapia por causa da icterícia - e de como a metia perto da janela para apanhar o solinho da tarde que batia junto ao vidro - ou de como me sugava os mamilos, deixando-me cheia de dores e a latejar quando tentava mamar. Lembro-me das fomes vorazes que a amamentação me provocava e de um terrível dia de cólicas (o único) em que tinha comido castanhas e a criança se contorcia com dores. Lembro-me que fiquei bastante desenvolta a seguir ao parto e que passado poucas horas me movia muito bem, conseguindo, inclusive, cruzar as pernas ou sentar-me na cama sem qualquer pudor. Lembro-me de, nos dias imediatamente a seguir a ela ter nascido, tão perfeita, tão livre de tudo o que eu mais temia que trouxesse, olhava para ela e chorava de felicidade. 
Lembro-me de me sentir verdadeiramente abençoada.
Mas não me lembro dela.
Do pequeno respirar, das mãozinhas fechadas ou da forma como encaixava no meu colo quando lhe pegava... E isso, deixa-me triste.

Volver


 
Já não voltava à vila há cerca de dois anos. Já lá tinha estado, mas sempre de passagem, sem percorrer as ruas, sem ver o que havia de novo, sem encontrar a familiaridade própria de quem já viveu num determinado sítio e é arrebatado pela novidade após longo tempo de ausência.
Regressei ao mar gelado sempre ali tão perto e tão presente que, naquela noite, estava estranhamente calmo. O frio, esse, fazia-se sentir. Cortante e a entranhar na roupa, como que a cumprimentar-me e a dizer "olá, lembras-te de mim?". Recordei momentos e vivências, mas acima de tudo, a solidão que marcou o período que habitei aquele lugar - que é belo, sem dúvida - mas que teve este efeito ambíguo em mim, alternando entre a melancolia e a tristeza. Um capítulo arrumado na minha história pessoal, uma gaveta de memórias que volta e meia se abre e se mostra presente.
Gostei de sentir a maresia no rosto a entrar-me às golfadas pelas narinas, de jantar naquele cantinho tão acolhedor, entre vinho tinto e chouriço assado, de fazer brindes ao futuro ou de percorrer as ruas estreitas de pedra enquanto trazia para casa uma caixa de queques de noz.
Gostei da noite limpa e estrelada, da familiaridade do passado e de saber que findo aquelas horas tornava a casa, à "minha" casa, de onde nunca devia de ter saído.
Gostei do regresso, mas não me peçam para ficar.

terça-feira é dia de...?

Crónica, já sabem. No sítio do costume.
O tema de hoje, beleza e sexo. Os aperitivos perfeitos para gerar insultos online e controvérsia.
Let the fun begin.

sexta-feira, janeiro 10, 2014

A Ninja das Caldas

 
Estava a trabalhar e deu-me um forte desejo de comer um chocolate Twix.
Como há uma máquina no edifício (e tem Twixs!) decidi ir num instante buscar um chocolate. Só tinha um euro na carteira mas sabia ser suficiente.
Levantei-me, toda lampeira com a moeda de um euro na mão e escapuli-me por breves momentos.
Cheguei à máquina, vi o número ao qual correspondia o chocolate, assim como o valor e inseri a moeda.
Vi a máquina começar a mexer, assim como o dito chocolate a caminho e fiquei a aguardar... até que a mesma encravou e o meu objecto de desejo açucarado ficou ali parado, naquele meio termo, sem cair na gaveta. Paniquei. Não tinha mais dinheiro, nem tinha o chocolate. Comecei a praguejar a minha sorte e dei uns quantos murros na máquina. Nada. O chocolate mantinha-se impávido e sereno sem se mexer. Voltei a dar murros na máquina - como se adiantasse alguma coisa - já que a mesma é um trambolho gigantesco que por baixo tem chocolates e em cima é uma máquina de café.
Voltei a marcar o número do chocolate de forma sôfrega: 25; 25; 25; 25; como se toda a minha existência dependesse disso. De repente, algo começou a mexer, o chocolate que estava a meio termo caiu na gaveta e logo de seguida mais outro.
Não fiquei com um, mas sim com dois chocolates! (Ou deverei dizer 4, já que cada chocolate Twix são na realidade 2?)
 
Moral da história: quando queremos e desejamos as coisas mesmo, mesmo, mesmo com muita força, o universo envia-nos doses duplas!

as voltas da vida

Liguei à minha filha que esta semana está com o pai. Do outro lado da linha, ela, extasiadíssima pelo facto de ter companhia para jantar com ela e com o pai.
 
Ela: Sabes quem cá está?
Eu: Não, não sei.
Ela: Está cá a M., (namorada do pai) veio jantar connosco e volta no Sábado para jantar connosco outra vez.
Eu: Boa, então tens companhia, ainda bem.
Ela: Sim.
Eu: Então e já jantaste?
Ela: Não. Estou à espera, o pai está a fazer o jantar e a M. está aqui na cozinha a olhar para ele.
 
Moral da história: Nada como um divórcio para meter um homem que não sabia nem estrelar um ovo a fazer o jantar para toda a gente.

Um pouco de céu

 
Ontem foi outro dia (e noite) bom. Muito bom.
A Mafalda Veiga tem o dom de escrever letras que me tocam profundamente ao coração. Letras que parecem sair directamente de dentro das gavetas mais secretas, expondo aqueles sentimentos mais íntímos que temos guardados e escondidos, fechados a sete chaves, envoltos em defesas que criámos para ninguém os descobrir. Tudo fica completamente exposto a ceú aberto quando a ouvimos. Cai o pano, ficamos nus e indefesos. É o poder da simplicidade cantada ao ouvido.
Eu sabia que o concerto ia ser intimista e acústico, logo, teria de me preparar para não fraquejar e chorar do princípio ao fim. Não deu, não consegui. Sou uma fraca. Mas foi bom, foi catárquico, limpei um pouco a alma.
 
 

quinta-feira, janeiro 09, 2014

Energias de amor

 
Já andava para fazer isto há algum tempo, mas fui adiando. Sempre admirei as pessoas que fazem voluntariado, que dão parte de si, do seu tempo, da sua energia, que se dedicam aos outros ou a uma causa sem pedir nada em troca, apenas sorrisos, calor no coração, abraços e afecto. Já há algum tempo que tinha curiosidade em saber se a fibra de que sou feita era coincidente com tamanha demonstração de amor, de altruísmo, de humildade. Já tinha a porta aberta e o convite feito mas faltáva-me a vontade e a paz de espírito para conseguir dar esse passo. Com o virar do novo ano, a paz de espírito oscila, mas a vontade estava lá e eu decidi aproveitá-la antes que esta minha tendência para procrastinar a levasse e o sofá chamasse mais alto. E assim, num ímpeto, contrariando a preguiça, o frio, a chuva e todas as desculpas que pairavam na minha cabeça para não ir, dei por mim a lavar loiça numa cozinha onde se prepara comida que é entregue aos sem abrigo da cidade de Lisboa. Chegámos a medo, tímidos, sem saber muito bem ao que íamos, sem saber muito bem o que fazer ou por onde começar e demos por nós de avental vestido e a lavar os maiores tachos que alguma vez nos tinham passado pelas mãos. Para primeiro dia tivemos a "praxe" da limpeza e só não ingressámos as rondas de distribuição de comida porque as mesmas já estavam completas, mas lá calharemos!
Enquanto esfregava e lavava aquelas cubas, tachos e caixas imensas, numa cozinha com poucas condições mas com muita boa vontade, veio-me à cabeça aquele anúncio da EDP onde o slogan é qualquer coisa como "a maior energia é a sua". E eu  confesso que sorri. Aquela energia fez-me bem. O ter-me obrigado a ir, fez-me bem. O estar ali fez-me bem. O ter partilhado aquela experiência com ele fez-me bem. Por momentos, olhei-o, já depois da tarefa terminada, de mangeira na mão e de avental ao peito, numa cozinha completamente molhada onde não tínhamos a roupa mais apropriada para andar naquelas tarefas e voltei a sorrir. Senti-o meu. Cada vez mais meu e senti-me verdadeiramente abençoada.
 
Só por isso, já valeu a pena.
 

quarta-feira, janeiro 08, 2014

Review

Adoro fotografias, mas com as tecnologias disponíveis no telemóvel utilizo cada vez menos a máquina fotográfica para registar momentos importantes. Se por um lado fotografo muito com o telemóvel e pouco com a máquina digital, por outro, o Instagram tornou-se uma das minhas redes sociais favoritas - a par com o Pinterest - onde mais do que ver comentários e status de pensamento, como acontece com o Facebook, me deixo envolver pela curiosidade, pela simplicidade e pela beleza de muitas fotografias inesperadas partilhadas por pessoas que nem sempre conheço. E depois, depois há Apps que me fazem ter vontade de estar o dia todo a "brincar" com aquilo, como a que descobri antes do ano de 2013 terminar, o Flipagram e onde pude compilar em forma de vídeo e com música da Feist (escolhida a dedo!) alguns dos meus momentos.
Não me canso de rever. Chamem-me narcisista ou "pobrezinha", o que quiserem, mas só o facto de ver e ouvir este vídeo sinto boas energias e fico com um sorriso meio tonto nos lábios e isso só pode ser bom, certo?
 

terça-feira, janeiro 07, 2014

Terça-feira é dia de...?

E ao sexto dia de 2014 chega-nos o pior dia do ano. Podia ser apenas o "Dia de Reis", em que comíamos filhoses, coscurões e acabávamos com os restos natalícios, mas quis o destino que fosse segunda-feira, chovesse como se o céu nos fosse cair em cima da cabeça e nos tivessem levado o Eusébio. Afinal, a fórmula da terrível "Blue Monday" é portuguesa.
Para ler mais no sítio do costume no dia de sempre.
 
Ainda bem que hoje é terça-feira.

sexta-feira, janeiro 03, 2014

Novo ano mas a vida é a mesma!

Finalmente o Natal acabou, a passagem de ano também e já estamos em modo "off" de tudo isso. Bem sei que ainda falta o dia de Reis, mas esse já nem conta - só para desmanchar a árvore de Natal e voltar a arrumá-la na arrecadação. Finalmente posso "acordar" da minha hibernação e embirrância anti-natalícia e retomar a vidinha de sempre.
Não fiz (nem faço) resoluções para o novo ano, vou-me deixando levar aonde ele quer ir. Para o bem ou para o mal. As resoluções têm o poder de me encher de esperança e de ao não concretizá-las, deparar-me com os meus fracassos, o que não me faz bem.
2013 não foi um ano fácil, mas foi, sem dúvida, um dos melhores dos últimos 3. Têm sido anos sofridos, de grandes perdas, renovações, ciclos e crescimento pessoal. Acima de tudo isso. A adversidade acompanhada de dor e de crescimento pessoal. Aprender a dizer "não", aprender a viver um dia de cada vez, aprender a relativizar, aprender a pôr o coração ao largo, aprender a aceitar o que não se pode mudar  - mesmo que isso nos magoe profundamente - e aprender a ver a beleza e a alegria nas pequenas coisas. Foi assim o meu 2013. Acompanhado de uma mudança de trabalho - que foi uma verdadeira dádiva às minhas preces - e pela qual eu só me posso sentir imensamente grata. Mas ainda ficaram muitos desejos por cumprir, muitas coisas que gostaria que tivessem acontecido e não aconteceram (Caramba, ir a Paris, meter-me num avião, sair deste ram-ram de que a minha vida é feita, sentir felicidade em estado puro... mas pronto, vou parar com o "mimimi".)
2014 ainda agora começou mas já trouxe consigo alguma da energia (má) do final de 2013 e essa, espero que se vá embora rapidamente. Pela frente o mês de Janeiro, geralmente demasiado longo, escuro, frio e chuvoso. Mas como em tudo, há sempre sol a brilhar acima das nuvens, (ai que bonito cliché que eu aqui escrevi!) por isso, espero que 2014 seja um pouco mais prolífero em boas notícias que 2013 e que, finalmente, a luz comece a brilhar com força e a aquecer por estas bandas, porque isto de ter alma de sofredor, não mata mas mói.
E com esta metáfora completamente rebuscada vos deixo.
Bom ano!

quinta-feira, dezembro 19, 2013

"não consigo evitar este estado de ansiedade"

 
Sabem aqueles dias em que nos sentimos no nosso melhor, confiantes, com um cabelo fabuloso e com a indumentária acertada? Sabem? Pois. E sabem aqueles dias em que gostaríamos de nos sentir no nosso melhor, confiantes, com um cabelo fabuloso, a indumentária acertada e nada disso acontece? Sabem? Pois. E sabem aqueles dias em que gostaríamos de nos sentir no nosso melhor, giras e confiantes, mas estamos com o cabelo numa desgraça, o vestido que escolhemos revela-se demasiado curto, sentimo-nos gordas e inchadas e ainda temos o jantar de Natal da empresa? Sabem? Pois.
Welcome to my world.

Abri a caixa de pandora…

Quando permiti à minha filha que furasse as orelhas e usasse brincos. Claro que a pequena cria, vaidosona como se quer, não resistiu a mostrar às amigas e coleguinhas do colégio que agora faz parte do restrito grupo das meninas que tem “as orelhas furadas”. Ontem, quando a fui buscar à escola, cruzei-me com a mãe de uma das meninas que não perdeu a oportunidade para me dizer: “Sabe, a minha filha agora diz que também quer furar as orelhas e que a Madalena, que só tem 5 anos, já tem as orelhas furadas e ela não. Andamos em negociações.”
Apesar de ter sorrido e brincado com a situação, encarei aquele comentário quase como uma recriminação, do género: “Furaste as orelhas à miúda e agora ando eu aqui às voltas com a minha que também quer”, porque percebi que aquela mãe faz parte do grupo de pessoas que não aprova que se fure as orelhas às crianças quando elas ainda não têm, no mínimo, uns 10 anos. (Ou então sou eu que sou uma desconfiada em tudo e acho sempre que comentários destes têm o seu “quê” de maledicência, mas adiante.)
Imagino que aos olhos de outras meninas, igualmente vaidosonas e igualmente com 5 ou 6 anos, o facto de ter algo que as distingue do resto do grupo as torne especiais e admiradas, gere comentários do tipo “se ela tem porque é que eu não posso ter?”, que nem sempre são fáceis para os pais gerir. O que eu não tinha noção e desconhecia, é de que existe tanta gente que não concorda com o furar as orelhas a uma criança de “apenas” 5 anos. Que é “demasiado pequena”, “que devia de esperar mais um pouco”, que isto e aquilo…
E eu penso, "what’s the problem?" Lembro-me de ser criança e ter as orelhas furadas. Mais, lembro-me de ser criança, ter as orelhas furadas e de andar com as mesmas sempre infectadas – coisa que, felizmente, não se verifica com a pequena cria. Lembro-me de ser criança, de ter as orelhas furadas e de andar com argolas de ouro nas mesmas. Lembro-me de ser criança, ter as orelhas furadas, andar com argolas de ouro e com os meus dentes de leite pendurados nas mesmas. E isso sim é que era tenebroso! (Que raio de moda foi aquela nos anos 80?!?)
Agora, brinquinhos em forma de pequena flor não, isso é apenas “fofinho”.

cleaning the dust

 
O  ano está a chegar ao fim e eu achei que estava na hora de dar uma "volta" aqui ao estaminé. O fundo pesado e a imagem do sapato já foram à vida. Está ligeiramente mais despojado, leve e com um look mais clean. Ainda não está como eu gostaria, mas para já, é o que há. O que eu gostava mesmo, mesmo, mesmo, era de lhe dar uma volta total - mas não tenho conhecimentos técnicos para isso - nem orçamento que me permita gastar num blogue. Ainda ando em fase de teste com cores, imagens e layout de forma a criar um efeito o mais harmonioso possível e que vá ao encontro do meu gosto, por isso não estranhem se nos próximos dias isto estiver tudo alterado outra vez - que eu sou uma rapariga com picos de humor. De resto, cá continuamos - vou "prometer" ir actualizando isto de forma regular e frequente - consoante o trabalho e o cansaço o permitir, porque há alturas em que tenho mesmo pena de não escrever mais aqui e outras, totalmente opostas, em que acho que não tenho absolutamente nada para dizer e que a minha vida é um tédio.
(Eu avisei que sou uma rapariga com picos de humor, ok?)
Façam favor de entrar.

terça-feira, dezembro 17, 2013

Terça-feira é dia de?

No rescaldo do post de ontem tive um momento de desabafo no sítio do costume. (E mesmo assim ficou muita coisa para dizer, não fosse ferir susceptibilidades). Leiam, comentem, partilhem.

segunda-feira, dezembro 16, 2013

Das festas de Natal escolares

Este fim-de-semana lá tive a festa de Natal da escola da miúda. Não querendo parecer uma “desmancha-Natais”, mas sendo, escusado será dizer que as festas de Natal e de fim de ano lectivo do colégio da miúda são a maior seca a que tenho assistido nos últimos anos.
O que deveria de ser um momento divertido, a oportunidade para as famílias verem as suas crianças num momento de alegria, de celebração, leve e com gozo, acaba por se traduzir numa festa que pretende dar o salto maior que a perna. Este Natal então, ultrapassou o cúmulo do razoável e o resultado foram quase 3 horas de seca – literalmente seca – para o pouco tempo que as crianças aparecem e são as protagonistas da festa para alegria dos familiares.
Claro que há muitos miúdos e salas, dos bebés aos mais crescidos e todos entram e participam, mas o que me irrita no meio daquilo tudo são as histórias e situações que inventam e que metem as crianças a fazer. A máxima “keep it simple” ali não se aplica e o resultado de tal forma ambicioso, acaba por traduzir-se numa festa longa, extremamente longa para famílias, bebés e crianças terem de presenciar, assim como uma história que de Natal tinha pouco, sem fio condutor, com falas que não se percebem (obviamente que eram crianças e que só isso já torna a coisa complicada de gerir). Não seria mais fácil metê-los a todos a cantar, fazerem alguma coreografia ou peça de teatro e um espectáculo mais simples? Ficávamos todos contentes e acho que os miúdos desfrutavam mais. Já para não falar dos problemas técnicos que decorreram durante toda a festa e que a tornaram ainda mais prolongada do que deveria de ser.
A minha experiência de festas de Natal resume-se a este colégio da Madalena, já que no outro em que ela andou, era tão pequenina que nunca fizeram nada do género, mas depois, em conversa com outras colegas de trabalho que também são mães, constato que sou a única que não gosto das festas de Natal da escola da miúda. Serei a única a pensar assim? É certo que tenho fama de ter espírito crítico apurado (vulgo, mau feitio) e com a idade tende a ficar mais exigente (piorar), mas as pessoas que me acompanham e que presenciam a cena, concordam todas comigo.
 
A de Natal já foi, agora, lá para finais de Junho volto a actualizar este tema.

sexta-feira, dezembro 13, 2013

Agora o reverso da medalha

Na continuação do último post e depois de ter passado a noite a estoirar dinheiro em presentes para dar aos outros, enquanto deambulava pela Primark, decidi comprar um único artigo para mim - o meu “presente” a bem dizer - um pack de 3 anéis, entre eles um MA-RA-VI-LHO-SO em forma de cobra, pelo qual fiquei absolutamente apaixonada. Contentinha e muito feliz, coloquei o pack dos três anéis naquele mega saco gigante que a Primark tem e continuei nas minhas deambulações natalícias. Quando decidi ir para a caixa, como trazia vários artigos que queria em sacos separados e com talões sem preço e isto e aquilo por causa das trocas e das ofertas e dos “ai que não gosto disto deixa-me lá ir trocar”, nunca mais me lembrei dos anéis, aliás, pensava que eles iam no saco. Só quando cheguei a casa, cansada, com os pés estoirados, cheia de fome e a más horas é que, num momento de puro egocentrismo e compensação, corri os sacos à procura dos MEUS anéis que nem criança no dia de Natal.
Mas eles não estavam. Revirei os sacos todos, verifiquei o talão e nada. Os anéis não vieram (mas também não os paguei, é certo). O único artigo que tinha comprado para mim, aquela única coisinha em que decidi cometer um acto de loucura mimando-me, tinha-me sido privada devido à incompetência do rapaz da caixa que não verificou se o saco estava realmente vazio e à minha cabeça de andorinha que só se lembrou deles no momento em que chegou a casa.
Fiquei possuída, praguejei, disse asneiras e confesso que, por instantes, que nem uma criança a fazer birra, tive vontade de chorar.
É que decidi ir fazer compras de Natal ao Dolce Vita Tejo, um centro que não me fica propriamente a caminho de casa, onde só vou propositadamente para ir à Primark e onde não pretendo regressar tão cedo.
Não gastei dinheiro em mais um bem desnecessário, é verdade. Poupei 5 euros. Mas caramba, todos os dias me lembro dos anéis e de como iam ficar bonitinhos no meu dedo.
Sniff.

Do Natal


Esta semana, num impulso de obrigação, despachei praticamente todas os presentes de Natal. Claro que ainda me faltam uns dois ou três, mas a maioria já se encontra despachada, o que para mim é um enorme alívio. Geralmente deixo sempre tudo para a última, não compro os presentes de Natal com meses de antecedência, não planeio e acabo por me enfiar num shopping nas piores alturas, com filas para tudo – do estacionamento à caixa do supermercado – que me deixam à beira de um esgotamento.
Esta altura do ano, como se calhar alguns de vós sabeis, não me agrada particularmente. É sempre uma altura difícil de gerir, em que as emoções vêm ao de cima, em que faço balanços e em que geralmente fico meio “depré”. Por mim, podia hibernar este mês todo e acordar só em Janeiro que não me importava.
Mas pronto, apesar do desabafo e do espírito grinch, a verdade é que não deixo de o celebrar e de fazer por isso, com árvore, decorações de Natal e tudo a que se tem direito. Há que celebrar o que temos de bom na vida mesmo que ela nem sempre seja fácil, não é? E o Natal, quer queiramos ou não, quer gostemos ou não, é das crianças. E eu tenho uma filha que merece ter Natais felizes, cheios de magia e cor e alegria, como as crianças gostam. O Natal é delas e para elas e isso, devemos de fazer por perpetuar.
A pensar nela, enfiei-me no shopping a um dia de semana saída directamente do trabalho para um antro de consumo. Sem vontade, sem querer, mas obriguei-me a ir. Tinha de ser, antes agora do que mais tarde. Antes a um dia da semana do que ao fim-de-semana. Assim foi.
A verdade é que correu bem. O shopping estava a meio gás e por ser hora de jantar a maioria das pessoas não estava nas lojas, o que facilitou. Comprei presentes para a afilhada, para o pai, para o bebé da família que está quase a chegar e que ainda vai ser o nosso menino Jesus, algumas coisinhas pequeninas para ela na Primark – como brincos, pois a miúda furou as orelhas a semana passada e agora há que ter para experimentar, acho que ela vai delirar quando vir os brinquinhos em forma de flores, corações, borboletas... um pack de mais de 6 brincos diferentes que custou a módica quantia de 2 euros – umas botas ao estilo Ugg, um pijama polar quentinho com corujas (já vos disse que tenho uma “tara” com corujas?) e mais umas tantas merdices pequeninas. Faltava-me, no entanto, o “grande” presente para ela. Um brinquedo, algo que enchesse o olho para fazer as suas alegias. A minha filha tem a vantagem de gostar de tudo, não é esquisita e não me fez nenhum pedido em particular do que gostaria de receber. O que facilita a coisa. Acabei a noite no Jumbo, a olhar para as promoções de brinquedos e a ver se me decidia por algo. Foi então que vi uma série de caixas de um carro da Minie, que calculei estarem em promoção, mas cujo preço não se encontrava visível e identificado em lado nenhum. Peguei numa caixa e fui até ao sensor. O preço acusou 39,99€ e eu arregalei os olhos mas não me dei por vencida. Algo me dizia que aquele brinquedo estava em promoção e que aquele preço era o tabelado. Vi um inocente empregado a passar e já não o deixei fugir. O pobre, coitado, não fazia ideia mas lá acabou por me auxiliar. (De repente lembrei-me da senhora ceguinha do metro de Lisboa que diz sempre “tenha a bondade de me auxiliar”, mas adiante…) Disse-me: “Só quando passar na caixa é que vai saber”, ao que eu retorqui: “Mas eu não vou levar um brinquedo para pagar na caixa sem saber se ele está em promoção e só ficar a saber o preço no momento” – na minha cabeça o valor 39,99€ estava completamente fora de questão. Como estamos no Natal, o pobre do funcionário lá acabou por sacar da chave de caixa, dirigir-se a uma que se encontrava fechada, ligá-la, passar o brinquedo pelo sensor e vir com a boa nova: “O preço do brinquedo com o desconto fica em 12 euros”.
PARA TUDO! Como é que é? 12,00€?!?!
De 39,99€ passa para 12,00€?!?! É meu, é meu, já ganhou!
E pronto, terminei a minha noite feliz por trazer um brinquedo para a cria que custava 40 por 12 euros e ainda lhe comprei mais uma coisa da Polly – que ela adora aquelas miniaturas – porque achei que por 12 euros, sempre tinha orçamento para lhe trazer mais qualquer coisa.
Para mim, Natal é isto, descobrir verdadeiros achados que fazem as minhas alegrias e as da minha filha. Só por isso já valeu a pena.

quinta-feira, dezembro 12, 2013

o silêncio é de ouro


 
Almoço quase todos os dias na copa do meu local de trabalho. Recentemente criaram um espaço amplo e com todas as condições para as pessoas almoçarem e constatou-se que com a copa as pessoas almoçam mais na empresa. Não só almoçam mais na empresa como também convivem mais. E não só convivem mais, como também as que não almoçavam passaram a almoçar, trazendo comida de casa, porque agora sim, têm todas as condições para o fazer. Mais do que isso – de ter um novo espaço, com luz, com vários micro-ondas, vários frigoríficos e várias mesas onde cabe sempre mais alguém – há também no edifício uma nova máquina com refeições boas, baratinhas e com menu variado - que permitem a quem não traz comida de casa ir rapidamente à máquina e por menos de 3 euros, almoçar uma refeição decente. O que é prático e num local onde as ofertas de almoço por perto não abundam dá sempre jeito. O resultado traduz-se por isso e como já tive oportunidade de dizer, em uma copa cheia à hora do almoço.
Hoje, como todos os outros dias, rumei à copa para aquecer a minha comida e almoçar a minha refeição. Há dias em que a copa está de tal forma cheia que não há lugares para tanta gente e em que parece que estamos num restaurante à espera de mesa, com fila para aquecer a comida e para as cadeiras. Também há um grupo enorme de jovens estagiários que entraram todos na mesma altura e que, por norma, comem todos juntos, fazendo um círculo que chega a ter dez ou mais pessoas todas apertadinhas e em amena cavaqueira.

Estava eu na copa, sentada sozinha a uma mesa, junto a outra cheia de estagiários apertadinhos que encontram na hora do almoço o momento perfeito para relaxar e falar de tudo aquilo que não podem durante o horário de trabalho, não se coibindo de dizer aquilo que pensam sem medir consequências. A minha teoria é de que, provavelmente, como me veem a comer na mesmíssima copa com um tupperware em frente, sou apenas mais uma – que sou – mas sem medirem as consequências das conversas que têm mesmo a meu lado. Não que eu represente um perigo. Não é essa a questão, a questão passa por me lembrar de ter a mesmíssima idade e de ter mais ou menos a mesma atitude, coisa que hoje em dia reprovo. Recordo-me dos deslumbramentos, das frases cheias de afirmação e dos comentários que vinham directamente do cérebro para a boca sem filtro.  E penso, “Meu Deus, que ingénua e arrogante era ao mesmo tempo… e burra, burra por sempre ter tido esta mania de falar mais do que aquilo que realmente devo”. O que é mais ou menos o mesmo que penso destes jovens que comem a meu lado, em que censuro o que dizem sem filtro e sem terem noção das consequências – ou dos problemas que podem ter – em ter aquelas conversas no local onde esperam ficar a trabalhar.
E querer mandar-lhes dois berros bem alto e dizer: “Meninos, tenham lá juízo, acabou-se a brincadeira”, que nem uma velha sem paciência. Mas ficar calada e continuar a comer, sozinha naquela mesa, tendo como companhia o meu tupperware. Porque se há algo de bom que os anos e as cabeçadas da vida me ensinaram, é que é sempre melhor ouvir do que falar e que mais vale só do que rodeada de gente que mais tarde ou mais cedo nos pode apunhalar pelas costas… principalmente quando o assunto é trabalho.


quarta-feira, dezembro 11, 2013

respirar

 
Se eu escrevesse tudo aquilo que me vai na alma e dentro do peito, chocaria. Por isso, limito-me a guardar, que nem caixinha, o que vou sentindo, como se o não verbalizar amenizasse a ansia de viver mais do que aquilo que vivo e a realidade fosse tão mais suportável que não esta espuma dos dias sem sentido de felicidade.