terça-feira, setembro 18, 2012

 
Li ontem na Actual do jornal Expresso, uma entrevista a um jovem escritor que acabou de lançar o seu primeiro livro. Dizia na entrevista que, à semelhança do que também já me aconteceu, enviou o seu original para várias editoras e que praticamente não obteve respostas, apenas uma carta onde agradeciam o contacto mas recusavam a publicação da obra. Depois de participar em vários prémios literários sem sucesso e quando já se encontrava perto de desistir, foi contactado por uma das melhores editoras e escritoras do meio livreiro em Portugal que, pegou na obra, o direccionou, aconselhou e acabou por lançar.
A Maria do Rosário Pedreira é a responsável por descobrir nomes como o José Luís Peixoto, o João Tordo ou o Valter Hugo Mãe, todos eles vencedores do prémio Saramago.
Convém dizer que este recente escritor, de 39 anos, promete ser um nome a seguir com atenção, encontrando-se já a trabalhar no próximo livro. Sandokan & Bakunine, segundo a sinopse e a descrição da editora, trata-se de uma história com várias histórias dentro, um conceito com o qual eu própria me identifico e que sempre gostei, quer no cinema, como na literatura. Apelidam-no mesmo de o  "David Lynch" da escrita, o que não é despropositado, pois  a ideia inicial era ser guião de filme que, não vendo a luz do dia, se transformou em livro.
Depois de ler isto, fiquei cheia de vontade de voltar a escrever, mesmo que aquele sentimento de insegurança e de pouco crédito nas minhas competências me persiga, mas porque não ir escrevinhando todas aquelas ideias que me vêm à mente e que acabam por ficar sempre retidas e bloqueadas em mim? Dar-lhes uma forma mais concreta, definindo uma linha condutora, uma articulação. Às vezes penso que o ideal para escrever seria isolar-me, dedicando-me exclusivamente a essa tarefa, mas depois penso que o que me falta mesmo é disciplina e força de vontade e que arranjo  desculpas consecutivas porque eu própria não acredito, porque eu sou a minha pior inimiga. Porque me sinto sempre aquém.
Saramago só publicou o seu primeiro livro aos 40 anos (e longe de mim querer ter aspirações de Saramago), mas serve o exemplo apenas para demonstrar que ainda vou a tempo de me permitir sonhar, ou pelo menos, de trabalhar para isso, de aperfeiçoar a técnica. É apenas uma questão de força de vontade e também alguma sorte.
 

1 comentário:

Maria disse...

Segue os teus sonhos, Mafalda. Cria a autodisciplina necessária, vai escrevendo e não desistas! O meio editorial é muito complicado, mas se insistires, tenho a certeza que o teu dia chegará. Escreves com paixão, com verdade, brincas subtilmente com as palavras e tens uma escrita tão bonita. Para a frente é que é o caminho! :)
Beijinhos